A Desonestidade e Infidelidade nas Guerras do Coliseu
Orgulho-me
de nunca ter deixado de votar em eleições legislativas, europeias e
autárquicas; votei em todos os referendos; não me inibo de expressar a minha
opinião sobre os mais diversos assuntos, fazendo-o publicamente na grande
maioria das situações; acredito em causas e em pessoas; porém, muito
dificilmente conseguirei filiar-me num partido político.
E
sei porquê...
Da
esquerda à direita os partidos não se inibem de menosprezar as suas bases e
raízes ideológicas, sempre que está em causa o poder e a defesa do clã de
amigos reunidos em torno de um interesse algures na órbita desse mesmo poder.
O
militante conta muito mais do que cidadão.
Há
exemplos para todos: a perseguição aos críticos no PCP, a manipulação na
sucessão de Louçã no BE, as guerras surdas entre os herdeiros de Sócrates, Costa
e Seguro no PS, as irrevogáveis atitudes de Paulo Portas no CDS; e este
fim-de-semana assistimos a mais um triste episódio em directo do Coliseu dos
Recreios com a ressurreição de Relvas, que quase não arrefeceu no túmulo onde
fugazmente se sepultam os desonestos da política.
O
partido que expulsou António Capucho por infidelidade à direcção do partido,
que não aos eleitores que nas urnas lhe deram razão; faz emergir Miguel Relvas,
comprovadamente e por decreto passado pelo Ministro da Educação deste mesmo
governo: um cidadão desonesto.
No
PSD de Passos Coelho a desonestidade aceita-se mas a infidelidade à
"pandilha" dá pena de morte.
Já
aqui escrevi em múltiplas ocasiões que só tem legitimidade para exigir, quem é
exigente consigo próprio; e o que tem sido exigido aos Portugueses nem de perto
nem de longe tem tido correspondência na prática dos agentes políticos.
Também
não me interessa nada se o Relvas é ou não licenciado, o que me interessa sim é
que não sendo forjou um diploma para conseguir facilmente aquilo que nunca se
esforçou por ser.
É
isto que é prova de desonestidade e mau carácter.
Candidato
número um à lista do Conselho Nacional do PSD?
O
Dr. Passos Coelho demonstra bem o respeito que tem por todos nós e o que deseja
para o país (como se fosse necessário mais esta prova), conseguindo no entanto
provar que o Coliseu dos Recreios continua a ser uma sala onde ainda há
espectáculos de circo, naquele que é o único aspecto positivo deste episódio.
E
eu?
Eu
vou continuar a não me abster mas confesso que às vezes se me esgota a
paciência e se me mói o pensamento para decidir em quem e no quê votar.
Invariavelmente
é no menos mau.
Mas...
e achá-lo?
Oh
triste orfandade do eleitor…
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