As cúpulas das “Catedrais”
Traindo
o seu sofá numa tarde de domingo, sai um homem de casa debaixo de um temporal imenso
porque acredita na vitória do seu Glorioso, e em vez de uma chuva de golos (ou
da tão previsível água) leva com uma dita de lã de vidro com aspecto peçonhento.
Eu
bem sei que quem se mete com “Stephanie’s”, sejam elas tempestades ou princesas,
tem sempre uma forte probabilidade de acabar em situações pouco recomendáveis…
Mas, enfim…
Definitivamente
este não foi um bom fim-de-semana para as cúpulas das “Catedrais”. Agora a cobertura
da Luz, mas antes, as cúpulas das verdadeiras catedrais.
Há
muito que admiro D. Manuel Clemente, o agora Patriarca de Lisboa, reconhecendo-lhe
um toque de uma inteligente subtileza e modernidade no pensamento.
Mas
ouvi-lo dizer numa entrevista que “a sociedade é também o conjunto de costumes,
tradições, ideias força e valorizações genericamente assumidas”, afirmando
simultaneamente que há legitimidade para um plebiscito sobre os direitos das
minorias, tudo para justificar a colagem às posições mais conservadoras de uma
certa Igreja instalada numa zona cinzenta de confortáveis banqueiros e
pensadores da “Obra” que até andam a “cuspir” sobre os escritos do Papa
Francisco; foi mau demais. Foi pior que lã de vidro sobre a Luz.
O
meu Cristo lutou contra o poder e as tradições instituídas, lutou contra os vícios
dos poderosos e não negociou com Pôncio Pilatos para fugir à morte na cruz.
Sem
temer o Seu estatuto de minoritário, ensinou-nos a não tolerar o intolerável
mesmo que este seja lei dos Homens.
Antes,
João Baptista já tinha sido voz a bradar no deserto sem se render ao próprio
deserto.
E
depois, os seguidores de Cristo, as raízes da Igreja que somos, foram mártires
sempre que a sua fé chocou com as “ideias força e valorizações genericamente
assumidas” que estavam nos antípodas dessa mesma fé.
Um
Cristão deve dizer “sim” ou “não” mas sem desculpas. Esta há muito designada “Diplomacia
Vaticana” não é nada, e se fosse era uma estranha e inadmissível submissão ao
poder.
Para
além de que em questões sobre família, casais, fidelidade e orientações
sexuais, manda a prudência que estas “Cúpulas” tenham algum cuidado para não
entrar em territórios de uma estranha hipocrisia.
Entretanto
venha a bonança…
E
o bom senso que também dá sempre jeito em todos os “campeonatos”.
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