O amor com a cumplicidade de uma velha giesta
Da janela do quarto a que chamo nosso
pela intensidade com que te desejo, vejo ao longe um olival que se estende
alinhado pelo monte; e lá no cimo e junto a uma velha ermida, o sol ao romper
faz brilhar o ouro intenso de uma coroa de giestas.
Atravessarei este Inverno esperando
uma manhã de primavera…
Os
dois abraçados um ao outro e com a minha pele a saborear todos os detalhes da
tua, nós seremos por entre o aroma de flor que a Páscoa sempre semeia nas
laranjeiras, amantes rompendo madrugadas embalados pela herança
de um amor perfeito inventado e vivido à luz da lua.
Talvez
então entre um beijo e outro, eu te cante uma moda como se usa fazer no
Alentejo. Baixo… muito baixinho, que nós já acordámos mas o sonho que trazemos
não queremos que se desperte nunca.
E
a canção que poderá até contar a história de um passarinho, falará por certo de
amor.
Numa
manhã como esta...
O
quarto não resiste e far-se-á definitivamente nosso, trocaremos palavras,
música do Cante do sul, e claro, mil beijos de amor.
E
lá ao longe, depois de um corredor de oliveiras e cúmplice no cimo do monte,
pisca-nos os olhos, mas em tom de ouro, uma velha giesta.
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