Rumo ao sul
Entrego
o olhar ao horizonte, no momento em que finalmente acudi ao chamamento que por
toda a noite, a chuva me fez, batendo ritmada e a compasso na vidraça da minha ocasional
mas muito alta janela.
Encontro
a Foz, esse merecido aplauso do mar ao Douro, o rio que, por arte e esforço,
suor, por bênção dos Céus no casamento perfeito de terra e sol, congrega em si
o melhor vinho, o perfeito e divino milagre de Caná. Engarrafados brindes, ao
melhor da vida.
Vou
rumar ao sul.
Sou
do sul.
O
meu destino de hoje é buscar Lisboa, deixando-me seguir pelos trilhos dos
instintos de Tejo, o rio que para além de si, me devolve a planície e me faz
chegar a casa.
Todos
os dias da minha janela vejo o Tejo, feliz na sua entrega ao mar.
E
o Tejo tem esse condão de em si carregar as águas temperadas de aromas de urze,
que das Beiras ao Ribatejo, a água corrente baptizam a terra com a perfeição
das Serras, as Terras da Neve.
O
Tejo bebe do Zêzere a essência da terra que me devolve à simplicidade de onde
nunca quererei partir.
Chove
no Porto quando me preparo para partir rumo ao meu destino.
Para
sempre o sul.
Para
sempre essa rural essência que sou eu.
Essência
que é e será sempre a minha verdade, e o melhor de mim.
boa viagem
ResponderEliminarRui Pereira