Ainda se escrevem cartas de amor…
Meu
amor,
Num
destes dias redesenharemos a lua no exíguo espaço de um abraço, e seguiremos
pela noite na rota do seu brilho mais intenso, até aquele instante onde já não
entram as palavras, e onde só os olhares conseguem ser fiéis e oferecer verdade
a tamanho amor.
Aí,
entregues os lábios a um longo beijo, e libertas as mãos do férreo peso das Histórias,
entrelaçaremos mutuamente os nossos dedos, ao jeito da alma; marcando o ponto
zero de um tempo que será o da nossa própria e única História.
Eterno:
contigo, será o tempo cravejado de poesia.
E
chegados assim juntos às manhãs de todos os dias, por entre o aroma do café e o
conforto de um pão quente com cheiro a lenha de Alentejo, os dois olhando o mar
para lá da vidraça que empalidece com o nosso respirar apaixonado; nós galgaremos
horizontes como pássaros livres voando por sobre a racional escravidão dos
limites.
Eu,
tu e esse teu olhar irmão do céu que sabe incendiar-me a face do prazer dos
mais rubros e intensos sorrisos.
Reencontro-me,
no destino e na vontade, na esperança e na vida, quando te olho nos olhos… e
tudo faz muito mais sentido.
Reencontro-me…
às vezes tão-só numa memória e na saudade.
Meu
amor, eu juro-te que num destes dias redesenharemos a lua…
Apenas
porque necessitamos dela para nos alumiar nas noites do nosso caminho.
Afinal,
a lua é tão-só um brevíssimo detalhe para alguém que como eu, amando-te assim,
já é dono do universo inteiro.
Um
beijo e esse amor infinito.
Teu,
Francisco
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