Lá fora chove... mas é verão.
Há dias de Julho em que as nuvens e a chuva parecem trair o verão, mas no fundo e afinal, são apenas frescos repousos, fontes de um incansável fôlego para que não se nos escape nem um só detalhe dos dias de sol que estão a chegar.
Uma pedra no caminho pode ser um banco para nos sentarmos a descansar, uma montanha difícil de subir aproxima-nos definitivamente do "céu" e dá-nos melhores horizontes, uma palavra feia dá lustro de valor às palavras de amor, a saudade faz-nos tão próximos do amor, um silêncio amplifica a música que se liberta de um beijo ou de um abraço...
E os dias da dor são breves passagens para os momentos pelos quais nascemos, são troços da rota para o mar que nos espera sempre por entre uma imensa festa de azul.
Escrevo este texto numa das salas de espera do IPO de Coimbra, e faço-o como quem responde a duas senhoras à minha frente que me "beijaram" com o seu olhar algures entre o triste e a esperança.
Escrevo estas palavras que talvez nunca lerão, porque acredito que enquanto o faço, o meu olhar as vá projectar até elas num beijo doce que lhes avive a esperança.
Lá fora chove... mas é verão.
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