Rimas e bolos, um texto para não diabéticos
O
meu amigo Daniel Espanca ficou encantado porque o poema “Vivo contigo”, que faz
parte do livro NÓS que eu e o Ângelo Rodrigues lançámos recentemente, fala de
Bolas de Berlim. Durante a sessão de lançamento em Vila Viçosa pediu-me poesia
com mais variedade de bolos e eu hoje faço-lhe a vontade:
A
história que vou contar
É do tempo da
minha avó
Eterna como o
“Folar”
Doce como o “Pão-de-ló”
Lá
para os lados da linha
Existia uma
tia bem “Queque”
“Babá” era o
nome que tinha
Dama de “Suspiros”
e leque
“D.
Rodrigo” era seu marido
Partilhava o
seu “Travesseiro”
Um “Russo” algo
delambido
“Pampilho” muito
matreiro
Já
ia “Torta” aquela união
Quando por quase
nada
Irrompe uma
discussão
E ele leva
com uma “Queijada”
Ela
ouviu das boas
Um “Jesuíta”
foi chamado pela criada
E enquanto se
queimavam as “Broas”
Acabaram à “Tigelada”
Todo
sujo na honra e na gravata
Disse-lhe ele
com uma raiva sem sim
- Querias ser
um “Pastel de Nata”
Mas és gorda,
uma “Bola de Berlim”
Incrédula,
ela disse: hannn?
- Tu comigo
estás tramado
Pensas que és
um “Croissant”
Mas nem
chegas a um “Bom bocado”
E
o divórcio não tardou
“Guardanapos”
e “Lençóis” divididos
“Mil folhas”
que o juiz lavrou
Impropérios
jamais ouvidos
Assim
se vê como a vida é um teste
Aquilo que às
vezes o amor é
Ele hoje bebe
Vodka lá no leste
Ela come “Brioches”
na Garrett
E agora e
como diria a minha amiga Béquim nos tempos clandestinos da Rádio Campanário:
- Bom
apetitiiii.
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