São Miguel
A
manhã trouxe a bruma que do olhar me matou o mar
Agora
Sentado aqui
na areia negra
Respiro-o
apenas
Intenso aroma
de sal
E
Sinto-o no
voo das gaivotas
Loucas
Insistentes
Em dança
riscando o céu
Por sobre o
privilégio desta ilha
Ilha de São
Miguel
Império de fé
de um Santo Cristo
Senhor de Sete
Ou de todas
as cidades
Lenda ou
Atlântida
Vulcão de
fogo
Jangada livre
e verde de um chão de basalto
A praia está
deserta
É só minha
E um homem
assim
Só
Em frente ao
que sente ser o mar
É dono do
mundo
E jamais
poderá deixar de ser criança
Capitão
solitário
Mestre da
jangada
Deixo-me ir
mundo fora
Poderoso
Conquistando impossíveis
Herói dos
mares
Pela vida
fora
Só mata os impossíveis,
quem, de qualquer idade, se sabe devolver à magia, aparente inconsciência de
ser criança
A brisa que
esconde o mar
Abraça-me
intensamente
Afaga-me o
rosto
Estou aqui
Apenas tão-só
uma criança
Bailando com
as gaivotas
Desenhando o
céu
Um verdadeiro homem do leme. És tu poeta. PP
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