A gente e as cores
Na passada segunda-feira e quando se preparavam para concluir as suas compras na minha vizinha loja dos supermercados Pingo Doce, os meus pais foram confrontados com uma operadora de caixa que lhes pediu para identificarem o conteúdo de um dos sacos, o das favas frescas, pois a dita criatura que sabia manipular toda a maquinaria à sua volta e saberia por certo distinguir todo o arsenal de maquilhagem com que se tinha transformado naquela espécie humana de árvore de Natal fora de época; não sabia distinguir favas de ervilhas. Fui “desenterrar” esta anedota urbana da “filha do betão” que se pôs à mercê de um casal de alegres Alentejanos para ilustrar esta minha convicção de que os cérebros humanos (ou em alguns casos, a ausência deles) andam desfocadíssimos naquilo que deve ser ou não alvo de distinção. Até aposto que esta criatura que não distingue vegetais tão diferentes no seu aspecto, sabe distinguir os Homens consoante a tonalidade da sua pele; porque não considero ser um acaso...