As sedes, os silêncios e o imenso querer dos heróis
O
silêncio será sempre a melhor oportunidade para atribuir valor à música e às
palavras; a ausência, a melhor forma de fazer justiça ao inquestionável valor
de um abraço; e a saudade pode constituir uma fantástica e definitiva
oportunidade para sentirmos que sim, este é o nosso definitivo amor de onde
nunca iremos partir.
Só
valoriza muito a água quem sente ou já sentiu sede, o pão vale muito pouco para
quem nunca sentiu fome, e a liberdade é um dom fundamental para todos, mas
muito especialmente para aqueles que um dia sentiram a mordaça que lhes limitou
o desfrutar da sua própria verdade.
Depois…
a adversidade é para os fortes uma escola de virtudes e para os fracos um
fabuloso pretexto para dar brilho à sua “aura” de coitadinhos e desgraçados
abandonados pela sorte.
E
às vezes, no fim das tardes quentes de verão, quando o sol tinge de vermelho o
horizonte e nós lhe entregamos o olhar, enquanto à janela escutamos a voz brava
de alguém que do outro lado da linha partilha connosco a ânsia de muito querer
viver por entre um interregno em que a saúde se foi; nós aprendemos tudo isso enquanto
a emoção nos tolhe as palavras e nos põe o pensamento e o coração em
cambalhotas a cem à hora.
E
sentimo-nos muito grandes e ricos embora estejamos a chorar.
Amanhã
o sol nascerá por certo mas é necessário ir procurá-lo ao outro lado da vida,
perdão, da casa.
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