A tomada do tempo segundo os heróis da Livraria Escolar
Os dias pareciam maiores nesses verões de Vila Viçosa porque não existia tempo que não fosse nosso. Nem a televisão nos tomava minutos ou nos prendia, a não ser nos serões especiais dos Jogos sem Fronteiras. Vivíamos de portas abertas e o ar circulava connosco nos corredores das casas entrando pela porta da rua e saindo pela do quintal, ou vice-versa. Tu chegavas sempre no verão e ias ter connosco à Livraria Escolar da D. Joana Ruivo para juntos tomarmos a Corredora ali no passeio entre a loja do Senhor Domingos e o Café do Senhor Cândido. Conhecíamos toda a gente e até os donos dos poucos carros que passavam. Já sabíamos a que horas chegavam os jornais da tarde à papelaria do Senhor Tibério e também quem passava por ali todos os dias para ir ler "A capital" na Sociedade Artística. Sabíamos que as "Manas Catatuas" chegavam sempre em Agosto para subirem a rua de braço dado, e a não ser que a sirene dos bombeiros nos desinquietasse a tarde, até a previsibili...