Os domingos que caminham para os abraços
Gosto muito destes domingos que se alinham com o meu
desejo e caminham para os teus braços.
O dia faz-me a vontade, e a pouco e pouco, leva-me
pelas ruas que tomaram voz do eco das palavras e dos beijos, da festa dos
nossos olhares entrelaçados enfeitando todo o tempo que ousámos inventar.
Depois... o abraço; e sempre sem que nenhum dos
sentidos se demita desse instante.
Amar-te é dar-te tudo, ficando eu estranhamente o mais
rico de entre todos os Homens; amar-te é esquecer-me de mim para poder ser
verdadeiramente eu na plenitude dos sonhos e dos mais exigentes desejos...
Amar-te será eternamente este abraço que perfuma e
enfeita as horas, fazendo-as parecer perfeitas, quando somos nós que estamos a
viver aquilo que de mais perfeito que a vida tem para nos dar.
Amar-te e este abraço; hoje por entre a explosão lilás
da primavera de um domingo que pelas ruas de Lisboa já fez florir os jacarandás,
e onde persiste o eco e a voz do nosso eterno amor.
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