Cruzámos o impossível
O querer rasga veredas no impossível, e o lado de lá do previsível, a outra e desejada margem, fica à completa mercê dos nossos passos.
Passos acelerados tecidos pela pressa de chegar; passos... retalhos de conseguir sobre um chão que tomámos pelo alento e às vezes por uma imensa dor.
Olho a última foto que fizemos junto ao rio num passeio por Lisboa.
Revisito-a tantas vezes...
Tu ensinaste os meus lábios a beijar, perdidos que andavam por tantos rostos à espera de o conseguir.
Na foto estás a sorrir... estamos os dois assumidamente a sorrir.
Percebo olhando outra vez que há muito mudámos de margem e estamos naquela que sempre sonhámos.
Cruzámos o tempo e o impossível.
Rasgámos veredas.
Tu ensinaste-me a beijar...
Passos... retalhos de conseguir.
Cada beijo, um passo.
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