A eterna poesia...
A
oliveira envolve-me com os braços que há séculos o sol tinge de luz, da
essência doce das candeias.
Somos
da mesma idade...
Filhos
do mesmo chão, cúmplices do sol e do tempo; que aquilo que vivemos, pouco ou
nada importa comparado com o muito que queremos viver.
No
campanário já soou o Angelus, é
meio-dia, e o sol disfarça o frio de um Dezembro denunciado pelos medronhos e
as laranjas maduras.
Esta
é a hora em que os poetas se levantam e saem vestindo com a alma as cidades nos
enfeites das palavras que lhes oferecem, os versos sem rimas e sem forma
desenhados e pintados sobre tudo e sobre o barro que nos oferece chão.
E
eu escrevo para ti à sombra da minha idade, escrevo sem
tinta, sabendo que a memória nunca se distrairá com o tanto do caminho e jamais
me desmanchará os versos.
Porque
tu és a poesia, a eterna poesia.
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