Depois voaríamos juntos pelas manhãs de Natal que nos fazem poetas…
Dois copos de tinto realçam o charme do fim de tarde
de inverno, e ateiam de liberdade as palavras que se soltam furtivas de entre
os beijos com que desenhamos a nossa história.
De dentro deste nó onde se cumpre o desejo e a que
chamam abraço, é muito difícil acreditar que lá fora Dezembro acontece, e a
noite arrasta o frio para lhe fazer companhia.
Mas eu embacio a janela quando te leio uma carta de
amor; palavras, gotículas de um ar e vapor de beijos que se instalam entre nós
e o inverno.
Sim, estará frio.
Mais um brinde, os teus olhos...
Eu conheço este instante porque fomos nós e um querer
imenso quem o inventou aos poucos, há muito tempo.
O tempo por onde fomos deixando perdidos e órfãos, o
silêncio e a dor.
Eu desenharia um abraço dos nossos no espaço todo que
me oferece a vida; depois voaríamos juntos pelas manhãs de Natal que nos fazem
poetas.
Ainda bem que hoje vieste ter comigo meu amor.
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