Há beijos...
Há beijos que iludem o tempo, que não embarcam no
inevitável comboio expresso em ritmo acelerado dos minutos, e que assim
permanecem eternos nas nossas vidas contrariando os verbos; não seguindo a
norma lógica que alimenta quaisquer pretéritos, alojando-se perfeitos no
presente do indicativo...
Nem que passem mil anos.
São invariavelmente também os beijos que não se dão ou
se recebem, simplesmente acontecem por entre a festa da simbiose perfeita que
anula quaisquer fronteiras entre emissor e receptor.
São os beijos que não se contam por serem inacessíveis
às palavras, e que até mesmo os poetas têm dificuldade em cantar na sua hora
mais inspirada.
São beijos maiores do que nós porque foi deles que
nascemos, que dão abrigo sem serem casa e que alimentam sem que sejam pão.
Há beijos...
São os nossos beijos… como perpétuas flores.
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