A nossa “casa”
Nas
obras da nossa casa em Vila Viçosa, ali à esquina da rua que consta ter sido a
primeira construída fora das muralhas do castelo e a que deu nome D. Pascoela
de Gusmão, aia dilecta da Duquesa de Bragança, D. Catarina; o interessante por
estes dias tem sido a descoberta de portas e nichos que o tempo e as “vontades”
dos Homens foram entaipando.
Com
“Bilhete de Identidade” a indicar que esta casa era a dependência dos que
serviam no Paço Matos Azambuja, a “Casa dos Arcos” ali mesmo ao lado, a
expectativa de encontrar potes de ouro é quase nula, mas à medida que cada
parede vai sendo arranjada, é possível ir descortinando como em tempos idos, as
várias divisões estavam organizadas.
Por
entre o pó emerge uma história.
De
aqui a uns dias; muito pouco tempo espero eu; a casa terá internamente uma nova
face, mais adaptada a nós e à família que somos.
Por
fora, tudo será preservado, respeitando a história e a nobreza de um lugar
entre o Paço Ducal e o Castelo, porque afinal é por dentro que efectivamente se
constrói o nosso conforto.
E
as casas são tão parecidas connosco…
Interessa
mais o que vai dentro do que tudo aquilo que as “fachadas” mostram e indiciam.
Com
independência da história de outras serventias, de outras portas e janelas, e
de outros nichos destinados a tantos outros cultos, é sempre possível colocar
as coisas ao nosso jeito.
É
preciso passar pela fase do pó e do barulho quando não estamos satisfeitos com
o que temos, quando deitamos abaixo o que existe e não queremos mais, dando corpo à
expressão “arquitectónica” da vontade que nos vai no mais profundo da alma.
Pagamos
um preço para que as alterações se concretizem depois de muito planear / pensar
e depois de muitas conversas com os “arquitectos”, os engenheiros e os
pedreiros.
Somos
nós que escolhemos tudo o que ficará por dentro, desde a cor das paredes até ao
tipo de piso que colocaremos em cada divisão.
No
final, depois da obra feita e das alterações operadas, sentimo-nos sempre bem e
confortáveis.
E
entrar lá?
Nas
casas como na alma e na nossa vida, só quem nós quisermos.
E
não basta ser insistente a tocar à campainha.
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