Este lume que acendes conhece-me bem dos anos em que clamei por ele e pus a lenha toda nos dias em que insisti acreditar na sorte
O
instante em que todas as cinzas voam muito para lá do mais desprezível e merecido
esquecimento e se acende o novo lume com a mais forte e incandescente das
chamas, é aquela hora em que o nosso abraço me oferece o teu respirar, o teu
cheiro, o toque suave da tua pele… e eu me sinto completo, porque nada me falta.
E
o vento que varre as cinzas trata-me por tu por tantas vezes me ter afagado as
penas… e a solidão.
E
este lume que acendes conhece-me bem dos anos em que clamei por ele, e pus a
lenha toda nos dias em que insisti acreditar na sorte.
Este
lume… chamam-lhe amor; e sinto-o agora nas minhas mãos no gesto com que as
acaricias por entre o frio de Fevereiro.
Devagar
e como que a não dispensar o preciosismo de cada poro.
Este
lume… o amor, julgamo-lo tão grande e à medida do imenso desejo de o encontrar,
que às vezes nos esquecemos de que se expressa assim de mansinho no fim de uma
tarde em que o sol já incendiou o horizonte no poente, e os dois caminhamos por
entre os olhares que abraçam e dispensam todas as palavras na hora de falar
dele… do amor.
E
quando um beijo antecede o “até já” e a lua me acena do seu quarto minguante,
eu sou maior pelos tão grandes horizontes que sonho contigo, tenho mais fé por
saber que não há temores ou sombras nos dias do futuro e sou muito mais doce
pelo amor que me ensinas.
Nas
tardes do Tejo e por entre o irreversível voo das cinzas.
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