Liberdade
De
um imenso e novo sol se faz a madrugada, sonhada primavera, ansiada hora de um
tempo que pela esperança já é novo.
Os
punhos gastos, esses quase mortos pelos tristes adeus de lenços e lágrimas na
bruma do cais, renascem no impulso de impor por sobre as cinzas, a flor que do
nosso bravo sangue tomou cor.
Há
heróis no Carmo e em todas as ruas de Lisboa, velhas e gastas calçadas de
tantos e tão tristes passos, e ressoa o grito do povo que se reencontra e
fervilha na doce alquimia de reinventar o seu destino.
Os
insubmissos ao fado rasgando as novas madrugadas.
E
nos campos morenos de Grândola há papoilas que rubras nos imitam o gesto…
Há
festa, infinitas flores brilhando, e heróicas resistindo ao vento, por entre o
verde e o granito das mais altas serranias…
E
connosco, livre e sem amarras, grita forte o mar nessa ritmada canção trazida aos
Homens pela força e pela espuma das marés.
Depois
de um adeus, a preço de vida….
Erguem-se sublimes as vontades na imposição do sonho de um povo grande,
e a História dobra a esquina de encontro à liberdade.
Comentários
Enviar um comentário