Sonho
Na
ansiedade da incessante busca do teu calor, essa vertigem dos dias que se
alimenta da vontade louca de te ver, acelero o tempo de encontro a não sei bem quando,
sonhando-te presente no doce destino desse indefinido momento.
Turvo
pelo lume que se vê mas não tem chama, como sempre infinito se mostrará o
horizonte, correndo leve, quente e breve, a brisa que faz ondular o mar de
espigas da seara que é verde, assim, na primavera. Um dia, o verão trará ao
campo maduro, a bênção do ouro, tornando heróicos e maiores, os firmes e
generosos braços da Ceifeira.
E
contigo correrei campos fora na cumplicidade rubra das papoilas, alimentado
pela esperança do bem-querer, amor arrancado aos milhões de pétalas que
encontrarmos no caminho.
Sentados
nas pedras da margem da ribeira e embalados pelo suave soluçar da água que
corre, a fresca sombra de uma árvore qualquer nos dará abrigo para a sesta e
para os sonhos que têm aromas de giesta, esteva, poejo e rosmaninho.
Lá
longe, mas para nós sempre tão perto, há uma casa branca debruada de azul, que
se abrirá como fresco abrigo no instante em que o sol nos dirá aquele “até
breve” que tinge o céu de infinitas e inéditas cores.
O
monte em que a noite nos abraça quando os grilos, as cigarras e as rãs, todos
juntos, substituírem o canto dos pássaros que repousam e esperam um novo
amanhecer.
Dir-te-ei:
-
Amor.
Algures
por entre um beijo trocado na dolência que nos impõe ao sono, entregues que
estamos, assim, ao conforto de um abraço que nos torna um só.
Eu e tu, o meu Alentejo.
O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.
ResponderEliminarRUI PEREIRA
Para quê sonhar, quando os sonhos se tornam impossíveis.
ResponderEliminarTudo o que sonhamos muitas vezes é em vão.
Vale-nos a esperança.E ser fortes
Tudo não passa de uma ilusão ou faxada.
M.Pereira