PESSIMUS – All together… later
Nunca
antes me acontecera em sítio algum mas chegado a Copenhaga no sábado passado e depois
de ter desactivado o modo de voo no I-phone,
nem sinal de rede.
Essa
fantástica invenção chamada Roaming
desaparecera de vez, de nada valendo as dezenas de vezes que desliguei e voltei
a ligar o aparelho.
Chegado
ao hotel e tendo acesso a um telefone fixo, tranquilizei a família e iniciei a
novela Optimus, eu daqui, e amigos e colegas directamente da pátria lusa.
O
primeiro número que marquei pôs-me em contacto com um individuo que me disse
nada poder fazer pois eu teria de ligar para o Serviço Clientes-Empresa.
Enquanto
um amigo já se dirigia à Loja Optimus do Colombo porque aí, diziam, tudo se
poderia resolver, liguei o novo número e fui carregando em todas as teclas
sugeridas pela voz irritante da “menina” que nos lê o menu de opções como se
estivesse em fase de pré-orgasmo.
Chego
então à fala com uma nova criatura que me sugere em primeiro lugar que desligue
e volte a ligar o aparelho. Apesar de já o ter feito dezenas de vezes, repito-o,
e claro, nada.
Acto
contínuo, diz ver uma irregularidade no pagamento de uma factura e pede tempo
para ir averiguar. Para além de condenado a mudo, a Optimus promoveu-me a
caloteiro, algo estranho pois pago as facturas por débito bancário.
Volta
a criatura e confirma que afinal os pagamentos estão em dia.
Pede-me
para fazer uma busca manual de rede e escolher uma das quatro com quem a
Optimus tem contrato. Experimento. Tudo igual.
Tranquiliza-me
então e diz que vai ter de reportar o sucedido e que eu aguarde pois serei
informado por SMS sobre a situação.
-
Por SMS?
Questiono-o
e relembro-o de que estou sem rede.
Responde-me:
-
Sim. Vai receber um SMS quando estiver tudo resolvido.
Bem.
Que espectáculo!
É
de ficar tranquilo.
Resolvi
não maçar mais a criatura e desliguei, afinal de contas ele é pago com um
salário Belmiro Style e não tem de
estar a aturar um “chato” como eu.
Entretanto,
a solução do Colombo foi a mesma:
-
Tem de esperar.
Passaram
mais de 48 horas, continuo à espera e de nada têm valido os infinitos
telefonemas dos amigos e colegas para a Optimus:
-
Tem de esperar.
E
cá estou à espera num processo de reaprendizagem de vida sem telemóvel que vos
confesso não ser nada fácil. Estamos mesmo dependentes “daquela coisa”.
Já
peguei centenas de vezes no aparelho para mandar SMS’s e só depois me lembro
quando vejo aquelas palavras “Sem rede” que me activam uma terrível síndrome de
privação.
Tendo
rede wireless no hotel, comunico por e-mail e através do Facebook, qual Joaquim
Crusoé Barreiros enviando mensagens em garrafas de vidro abandonadas numa ilha
deserta.
Adoro
a Optimus e há sério risco de homicídio se alguma criatura nos próximos tempos
me bater à porta para me vender os serviços da dita.
E
enquanto não regresso no dia 1, peço-vos encarecidamente um favor:
Se
encontrarem por aí o Roberto Leal, a Carminho ou o Rui Reininho, a
desassossegarem transmontanos tranquilos que por certo foram subornados através
de pontos acumulados no Cartão do Continente, digam-lhes por favor, da minha
parte, que vão rapidamente para a… mais pestilenta das defecações.
All together now (todos juntos, agora), não se aplica.
All together later (todos juntos,
mais tarde) isso sim, talvez quiçá no meu regresso.
Valha-me a Santa Vodafone.
Meu bom amigo.
ResponderEliminarEste texto com esta história é simplesmente maravilhoso, não fosse a chatice de toda a situação.
É importante e fizeste bem em divulgar o que se passou, para que todos possamos aprender com isto.
Com um abrço.
AR