Algumas notas soltas
Perante
uma suspeita, a presunção de culpa é tão legítima quanto a presunção de
inocência.
Enquanto
os militantes e simpatizantes dos partidos políticos defenderem tão cegamente
os da sua “cor”, a política será o biombo mais opaco e eficaz onde os corruptos
procurarão abrigo.
A
suspeita de corrupção combate-se fazendo prova de honestidade, e nunca pelo
refúgio na lamúria e divagação sobre supostas perseguições de natureza
ideológica.
Um
preso político é alguém perseguido pelas suas convicções ideológicas contrárias
ao do sistema vigente. Em Portugal e na política actual, a direita e a esquerda
são substantivos, muito mais do que adjectivos, pelo que perseguições, se existirem,
não são “batalhas” de natureza ideológica, são guerras de cartéis na luta pelo
poder numa vertente muito mais económica do que política.
Gente
séria e honesta que a determinada altura da vida tenha que solicitar ajuda
financeira a amigos e conhecidos, não faz vida de luxo e não viaja em classe executiva.
Gente
séria e honesta já na casa dos cinquenta anos, com vida e filhos para cuidar, e
supostamente com parcos recursos económicos, prefere ir trabalhar, muito mais
do que ir estudar e ficar à mercê do dinheiro dos amigos (ou de qualquer
empréstimo bancário).
Gente
séria e honesta não “vende” o irrevogável sentido das suas convicções e
decisões.
A
existência de um corrupto não iliba outro.
Um
escândalo não cala o impacto negativo do outro.
A
justiça nunca será cega e isenta enquanto os magistrados forem escolhidos pelos
políticos com base inevitavelmente na sua manifesta e comprovada “tendência ocular”.
O
cúmulo do ridículo no actual anedotário nacional consta do discurso e dos
comentários de pessoas que falam sobre o estado terrível em que o país se
encontra, que fazem promessas e dão pistas de futuro, mas pessoas que entre
deputados, secretarias-de-estado, ministérios, presidências… não fizeram mais
nada para além do exercício do poder.
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