Perdi-me tantas vezes em tantos abraços até te encontrar…
Há
um não sei quê de irresistível que colho deste instante e tece em mim a vontade
de querer voltar sempre aqui.
Há
um rio que a noite tinge de negro e abandona à mercê do luar; sente-se a brisa fresca
no aroma do vento que terno nos abraça; faz-se de luz o horizonte nas terras do
sul, as terras de para lá da ponte e do Cristo-Rei; há o passo dolente e
iluminado dos navios que levarão de Lisboa as lembranças da mais perfeita das
cidades…
Mas
é por ti que se me faz adicto este momento que esboça o abraço terno e eterno do
maior amor; este estar em que todo o teu corpo cumpre os mais ínfimos desejos
do meu, e se faz a minha sorte.
Perdi-me
tantas vezes em tantos abraços até te encontrar…
Mas
agora aqui olhando um rio e tomando-lhe a brisa que o denuncia num inevitável
destino de mar, eu sou um homem parado no cais onde desembarca o seu destino
por entre uma festa de rosas e de aromas, das fanfarras, dos bombos, do fogo… e
eu sinto na brisa entre barbas e no nosso respirar, a denúncia de que este é
mais do que um instante, é o irresistível e eterno destino de te amar.
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