Chuva… e silêncio
Há
dias em que o corpo nos pede e impõe o silêncio para que a alma tenha
oportunidade de ressuscitar eficazmente as palavras, os gestos, os olhares… tudo
aquilo que guardou de alguém, atenuando assim a saudade da sua partida ou da
sua ausência.
E
assim, em estátuas erigidas pelo pensamento, se eternizam aqueles que amamos,
mesmo por entre a despedida de uma parte de nós que sempre morre com eles.
O
Tio Joaquim perdeu a conta ao número de vezes que leu os dois livros de
memórias que publiquei, e disse-me ter revivido com eles e pelas palavras, um
tempo perfeito e bom de sol, afectos e Alentejo, lembranças que foram alento
nos dias difíceis da sua longa doença.
Dedico-lhe
todas essas palavras que por ele ganharam muito mais sentido, mandando-as agora
envoltas num beijo directo ao Céu para onde partiu ontem num dia triste de
chuva.
Chuva…
e silêncio.
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