O trevo e a sorte
Na
manhã do último dia de 2014, e enquanto procurava poiso para as palavras de
amor que me assaltavam à alma, mais do que ao pensamento; reencontrei entre as
páginas em branco de um velho caderno que “mora” à minha cabeceira, um trevo de
quatro folhas que um dia me foi oferecido pela minha querida amiga e colega
Júlia Lameira.
Já
não me lembrava dele, mas depois de o rever, foi fácil recordar-me que o
coloquei ali precisamente pela garantia de que mais cedo ou mais tarde o iria
reencontrar por entre o tanto de bulício que carrega a vida.
Eu
sei que a sorte é tecida por nós na forma de sins e nãos com que vamos enchendo
os dias, e de que nunca se colherá passivamente de um canteiro ou de um prado
que albergue uma planta que fuja à normalidade e trivialidade de três folhas…
Mas
não pude deixar de sorrir vendo o trevo ali seguro entre as páginas de um
caderno onde jamais supus poder escrever palavras tão felizes nascidas de um
mágico e inédito sentir.
Quando
ali o coloquei, eu ainda não sabia o que era a sorte.
Sei-o
hoje por mérito de um sim completo que nasceu de mim quando no apeadeiro mais
improvável do tempo te descobri nesse olhar que “grita” céu e nesses braços que
herdaram do granito a força imortal que insufla vida até ao mais recôndito do
ser.
Um
sim tão fácil perante o perfeito que tu és.
O
trevo…
Saiu
do caderno e viverá em 2015 nas páginas de um livro com poemas de Sophia.
Agora que sei o que é a sorte, agora que sei que tu és a minha sorte, peço
à vida o cumprir de um imenso desejo: que sejas eterno como a poesia… como o
mar.
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