Os recantos que foram chão dos beijos de amor sobrepõem o teu nome à toponímia de todas as ruas e praças da cidade
A
primavera trouxe com ela os indisfarçáveis dias de sol e fez despontar milhões
de flores amarelas no campo em frente à minha casa; as flores que nesta
sexta-feira se interpõem entre mim e o mar quando à janela sorvo um copo de chá
com aromas de limão e colho da tarde um poema de amor.
Depois…
cai a noite e brilha sobre ela o fulgor da lua cheia. Quando regresso à janela
é em exclusivo para a “escandalosa” lua que dedico o olhar num doce prenúncio
de sonhos intensos.
A
manhã de sábado devolve-me o mar, as flores… e por entre uma imensa saudade faz-me
“emaranhar” por Lisboa, oferecendo o passo aos terreiros e às ruas onde
passeamos juntos e onde estão tatuadas as marcas todas da nossa história comum.
Os
recantos que foram chão dos beijos de amor sobrepõem o teu nome à toponímia de
todas as ruas e praças da cidade.
Sento-me
junto ao Tejo e ponho palavras no poema de pensar em ti.
Uma
Bica e um Pastel de Nata, um olá às “nossas” Bolas de Berlim, o cheiro de uma
tarde de primavera…
Já
vendem morangos maduros no rossio… e o regresso a casa num namoro com a lua que
me olha de frente.
Há
poemas de amor na noite do Festival da Canção, a Simone fala de lendas, búzios
e poemas, e talvez por isso eu adormeça como envolto nos teus braços e na
história mais feliz da minha História.
Manhã
de domingo…
Um
fumegante café de cevada numa caneca, as flores de cor amarela, o mar; e não
tardo a cruzar o Tejo até à lezíria onde me esperam os amigos.
Já
não é cedo mas paro no campo para admirar a nobreza de um sobreiro e respirar a
primavera.
Faço
uma foto.
E
a tarde…
Cozido
à Portuguesa, gargalhadas, histórias, cumplicidades, golos do Benfica, laranjas
apanhadas no Pomar, selfies… e o
regresso a casa cruzando a Ponte Vasco da Gama e espreitando a lua cheia.
Um
homem feliz é aquele que sabe colher poemas de amor por entre a paixão mais
bonita do universo, um homem que vive adornado pelo conforto dos afectos de
tantos amigos, e um homem que não teme o frente-a-frente com a lua nesses
instantes de verdade que a noite sempre oferece.
Um
homem feliz… sou eu.
Amanhã
será segunda-feira e o sono exigirá dose reforçada de café para compensar a
hora tão madrugadora a que soará o despertador.
Saudades
do fim-de-semana?
O
mar, as flores amarelas, as lembranças e o luar são nossos em todos os dias,
podemos ter menos tempo para os desfrutar desde a nossa janela, mas estarão
sempre lá para nos oferecerem poemas de amor.
Basta
querer e sempre se arranja tempo.
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