“Príncipes” imperfeitos na vitória dos cábulas
Quando
em Portugal os príncipes eram perfeitos, navegávamos para conquistar o mundo e
dar novos mundos ao mundo. Agora, em tempos de “príncipes” que se confessam
imperfeitos, naufragamos, o mundo chama-nos lixo e os mundos todos que um dia
lhe demos regressam a casa, mas para nos comprarem a preço de saldo.
A
História muda sempre que os cábulas conseguem vencer os competentes, honestos e
aplicados, mas muda sempre e invariavelmente para pior.
Por
cá, os cábulas filhos do facilitismo, líderes confeccionados em balões de
ensaio, há muito venceram, fazendo com que os “bons alunos” emigrassem para exílios
com capa de mais ou menos excelência; e aqui no recreio onde brincamos aos
países há caloteiros que assumem papéis de mestres do rigor e da exigência, há “filhos
da mãe” que se assumem como donos da moral e até há policias que são ladrões.
Aonde?
No
recreio, que é como quem diz no espezinhar de um chão tecido pelas nossas
dores, a terra onde por sobre nós se erguem monumentos à mediocridade.
E
nesta festa de brincar muda a História e todas as histórias, porque jamais será
o lobo a comer o pato que fugiu do lago do jardim; isso eram fábulas de outros
tempos, agora é o Pedro que come o pato… e os “patos” todos.
E
os lobos?
Talvez
uivem com os “patos”, de fome e de revolta nas filas do desemprego ou das Finanças
e da Segurança Social onde nunca faltamos para cumprir com o nosso dever de
personagens competentes desta história… e da História.
Sem
moral, com os heróis a serem sepultados vivos nos panteões do ridículo promovidos
pelos microfones colocados à porta das penitenciárias ou nos palcos dos
festivais; sentimos a orfandade e pesa-nos o leme enquanto sentimos que o “mostrengo”
avança.
Resta-nos
pois evocar os tempos dos “Príncipes Perfeitos” e responder frontalmente à
imbecilidade, sem medo e tal qual na inspiração de Pessoa:
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”
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