Os poetas não compram flores
Não deixo nunca que os sonhos se apaguem na inevitabilidade do tempo; com eles vou moldando o mundo, e às vezes tomo notas desenhando e construindo “os meus mundos”, detalhes de brincar que um dia, mais cedo ou mais tarde, transportarei para a dimensão real que têm os dias. Desenho a face de uma cidade colorida banhada por um rio, o Tejo; e encho-a de árvores, de ruas com chão desenhado a preto e branco, um castelo, paredes vestidas de todas as cores… e gente; uma cidade onde só pelo olhar se intui a banda sonora tecida a toque de guitarra e voz apaixonada de um fado. Lisboa, a cidade onde cada detalhe me conta uma história. O rio cruza-se desde o Terreiro do Paço em direcção ao comboio que ruma a sul e sueste… E na outra face e em tom de férias desenho as planícies que conduzem à foz de um outro rio, o Guadiana; que os rios são apenas distintos pormenores geográficos para o canto e o passo da mesma água. Aqui dispenso a ponte, tenho o barco que me levará sempre com a mão e...