Mentira
Persistem
beijos que escondem traições e condenam ao jeito de Iscariotes na primeira
semana santa em Jerusalém; persistem burkas,
segundas peles sobre as vidas e os rostos, camuflagens não talhadas de pano e
que disfarçam as verdades vendidas a preço de saldo ao política e socialmente
correcto…
Há
espinhos que coroam dores e medos, as feridas dos trocados nãos e sins, autoflagelações
impostas à verdade que o corpo e a alma carregam em si…
Há
sumptuosos coruchéus sobre a fragilidade de torres construídas de cartas de um
baralho de onde se espreita a má-sorte…
Há
rostos de palhaços com risos desenhados a batom sobre lábios que acompanham as mágoas
dos olhares no seu continuado choro…
Há
festas que só existem da alma para fora, palavras que são ruido que disfarça
silêncios, mãos dadas por cima de um amargo destino de solidão, os rotineiros
gemidos como banda sonora de instantes vazios de qualquer prazer…
E
a mentira é muito mais do que apenas um dia de Abril.
Hoje
e na morte de todas as máscaras, com toda a verdade e do mais íntimo de mim confesso
que te amo definitiva e infinitamente, tal qual Abril e o eterno amor às mil chuvas
das suas manhãs que beijam de água o viço das mais preciosas flores da
primavera.
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