E apagaram-se para sempre as nuvens entre mim e todas as estrelas
A
lua fita-me cheia desde um céu que esta não permitiu que as nuvens se
interpusessem entre mim e todas as estrelas; e corre uma brisa ligeiramente
fresca que se agradece.
Vão
soltas as palavras no privilégio de uma mesa de amigos quando os sinos se
soltam e cantam aleluia, sinal de águas novas e lume aceso num tempo que a fé
renova a cada Páscoa.
Ressoam
em mim os dois mil beijos que me escreveste ainda há pouco.
Trouxe-os
comigo.
E
de vez em quando por entre a saudade não resisto a invejar a lua e todas as
estrelas: estarão a ver-te enquanto sorris.
Depois
regresso a casa, e no silêncio que resgatei do serão escrevo-te versos como
quem tece um tapete de flores para ter um leito e se deitar contigo.
Adormeço
sobre estas palavras... e a desejar-te como nunca.
Sinto
o desejo em tudo e no choro das minhas mãos perdidas tentando em vão beijar a tua
pele perfeita que está longe e apenas à mercê da lua cheia.
É
noite de Páscoa.
Há
novos lumes acendidos sob os campanários das aleluias.
Eu
renasço a cada instante em que penso em ti.
Amo-te
muito para lá de onde chegam as palavras de todos os mais inspirados poetas...
E
apagaram-se para sempre as nuvens entre mim e todas as estrelas.
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