O amor desenha traços sobre as paredes vazias
O
amor desenha traços sobre as paredes vazias, traços coloridos como astrolábios
e balsas na rota para os dias que queremos muito e ousamos viver.
E
nos serões passados em casa e alumiados de forma ténue por um pequeníssimo
candeeiro, libertamos do mundo o olhar, quiçá de um livro, da poesia... e
fixando-nos nas paredes à nossa frente, deixamo-nos ir colhendo vida ao jeito
de quem apanha maçãs maduras num pomar, tomando coordenadas de instantes de
onde invariavelmente nascem flores… porque os sonhámos intensamente.
Flores,
pequenas e azuis, aquelas que não se vêem mas que se sentem.
Flores
inscritas nas paredes... mas iguais às que levamos tatuadas em nós nesta viagem
feita tantas vezes com a cumplicidade terna da luz de qualquer lua.
Porque
o amor desenha traços… em nós.
E
as paredes e o mundo são apenas espelhos que tomam do nosso olhar o tudo
perfeito que o amor nos dá.
Nesses
dias que queremos muito e ousamos viver.
Comentários
Enviar um comentário