ECCE HOMO
Os
dias têm fome e dores como pedras e pó tinham as ruas de Jerusalém no caminho
para o lugar do Gólgota; e as horas pesam como cruzes sobre os ombros, pena e condenação
à mercê da caridade de um qualquer Simão Cirineu que passe por perto.
Há
mulheres que choram por sob a indiferença de muitos ou quase todos, e as excepções
são generosas Verónicas que trazem um pano e limpam o suor e o sangue de uma
caminho de e para a cruz.
Ecce
Homo… eis o Homem coroado de espinhos e com uma cana como bastão, ridícula caricatura
de um rei nascida da despenalizada culpa lavada a água que escorre pela mão dos
donos do poder.
Dores,
fome, perseguição, discriminação, violência, xenofobia, homofobia, exploração, pedofilia,
racismo, corrupção…
Os
dias de tantos como as ruas de Jerusalém.
Ecce
Homo…
E
o rosto jazente de Cristo que persiste e se perpetua no rosto dos Homens.
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