Alguém hoje me perguntou se tu existes
Alguém
hoje me perguntou se tu existes.
Não
respondi.
As
respostas dadas relativamente àquilo que é óbvio são ofensas à inteligência do
receptor das mesmas; e longe de mim querer maltratar a pessoa que me
questionou.
E
o óbvio…
Eu
jamais saberia falar de beijos que sabem a mel se não tivesse comigo os teus
beijos; sou incapaz de escrever palavras de amor e limito-me a colhe-las das
nossas tardes de Lisboa, tantas vezes junto ao Tejo, e das mensagens que
trocamos ao luar ou ao amanhecer, as mensagens todas em que me tratas por meu
amor…
Como
poderia eu sem ti dizer que o meu mundo mora num abraço, que o meu céu é um
olhar…
Como
ousaria eu falar de desejo se não tivesse passado tanto tempo a saborear a tua
pele perfeita ao toque das minhas mãos.
Jamais
eu falaria de flores sobre dias que não tivessem o teu nome.
Se
o poeta é um fingidor como dizia Pessoa, eu serei poeta mas apenas porque ouso
pôr palavras em toda a vida perfeita que me dás.
Sem
inventar nada, porque… sim; definitivamente, tu existes.
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