Se eu pudesse afogava todas as Segundas-feiras
Se
eu pudesse afogava todas as Segundas-feiras, preferencialmente no oceano de
beijos de um passeio de Domingo à tarde; daqueles que às vezes as semanas nos
oferecem.
Calávamos
o despertador, adiávamos docemente o pequeno-almoço, virávamo-nos e
revirávamo-nos para todos os lados do quarto às escuras, e deixávamo-nos ficar
todas as vinte e quatro horas no condomínio fechado e secreto onde os sentidos se
soltam livremente.
Sempre
sem hora marcada para o duche de água tépida que se constitui como a última
etapa no processo de acordar.
Fazendo
um drible irreverente às refeições e às horas em que habitualmente acontecem.
Depois
eu escreveria sentado à mesa junto à janela, tu lerias o teu livro num canto do
sofá que a minha vista pudesse alcançar, e só faríamos pausas para um beijo ou
um café que nos perfumasse as horas.
E
quando o dia já estivesse para terminar e a Terça-feira se aproximasse
timidamente como se fosse Segunda, nós conspiraríamos e chegaríamos a um
consenso sobre a estratégia mais eficaz para também a conseguirmos afogar…
Quiçá
novamente nos beijos de um domingo à tarde.
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