ZERO
Há dias com um triste gosto a nada, em que a vida parece ter sido multiplicada por zero; mas pelo contrário, há dias em que nos levantamos da cama ao ritmo de uma contagem em Cabo Canaveral… dez, nove… dois, um, zero… e mais ninguém nos segura por entre a energia de conquistar tudo, e até conseguimos chegar à lua. Tudo sem que o zero deixe de ser zero e sem que a nossa vida também deixe de o ser. Há dias em que nos sentimos um zero sentado à esquerda de qualquer coisa, anónimos e indiferentes personagens numa multidão que passa e para a qual não contamos absolutamente nada; mas há dias em que somos um zero à direita daquilo que ambicionamos, e então valemos por dez com força para mudarmos o mundo. E se for preciso ainda somamos mais zeros porque temos ganas de infinito. E o zero é nada como pode ser o infinito… Tal qual a vida, bastando que nos coloquemos sempre do lado correcto, do lado que nos faz maiores, que nos coloquemos onde, quando e com quem poderemos elevar-nos e el...