SIMPLICIDADE
“Olhai os lírios do campo”.
Quem já leu o Sermão da Montanha, e também o livro
inspirado do escritor Brasileiro Érico Verissimo que dele tomou título através
exactamente desta frase, entende que a vida se tece pela escolha contínua entre
o simples e o sofisticado, a autenticidade e os mantos e as segundas peles que
nos calam a essência a favor da imagem com que nos “vendemos” aos outros.
De forma consciente, eu “votarei” sempre na primeira
opção.
Quero ser um lírio ao sol temperando de roxo e de
todas as minhas cores, o verde tom dos campos de Abril e primavera; quero
“tomar” sem biombos, restrições ou barreiras, a poesia que o vento colhe das
estevas e dos trigais para depois segredar ao ouvido de quem abraça a
liberdade…
Quero ser eu num lírio que ofereça brilho à semente
que o criou e que cante glórias à chuva de tantos beijos que o fizeram assim…
que me fizeram assim.
A simplicidade…
A mais divina simplicidade ou a opção por tão só
sermos nós e sermos grandes por essa única via.
Quem se nega a si para envergar as vestes que o mundo
lhe pede, o sofisticado veludo das “burkas sociais”, é uma máscara ridícula a
vaguear por um imenso Carnaval.
E a vida vira um corso.
“Considerai como crescem os lírios do campo: eles não
trabalham nem fiam, contudo vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se
vestiu como um deles.”
(“Um mês A GOSTO” / Dia 22 / Tema proposto por Augusto
Castro)
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