Os roubos “à LAGARDEre”
Há cerca
de um ano, em Outubro de 2012, o Fundo Monetário Internacional (FMI),
instituição presidida pela francesa Christine Lagarde que beneficiou dos
efeitos secundários dos impulsos sexuais do seu antecessor, assumiu num
relatório, o erro na avaliação prévia do impacto da austeridade nos países do
Euro sob assistência financeira. Os modelos de projecção estimavam que por cada
euro de austeridade se perdia 0,5 Euros no PIB e os dados reais revelaram que
por cada Euro de corte na despesa pública ou agravamento de impostos, o PIB
perdeu entre 0,9 e 1,7 Euros.
Na mesma linha, num relatório da mesma
instituição apresentado no passado mês de Setembro, uma equipa liderada por Olivier
Blanchard (Economista Chefe) defendeu que as políticas defendidas pela
instituição ao nível orçamental mostraram, desde o início da crise financeira
em 2008, estar erradas em muitos pontos essenciais, defendendo que ao contrário
do até aí praticado, a austeridade deve ser aplicada de forma progressiva,
com cuidado, para não provocar um efeito contraproducente na economia.
Ontem, numa teleconferência desde
Washington, o chefe da missão do FMI para Portugal, Subir Lall, afirmou ser
necessária mais austeridade em Portugal reduzindo salários e pensões, mas
assegurando que a economia cresça de uma forma sustentada.
Perante esta sucessão de afirmações
fico sem saber como classificar esta relação do FMI com Portugal. Será doença bipolar,
esquizofrenia, sadismo ou tão só incompetência?
Esta hesitação assiste-nos apenas
quando abordamos a questão de uma forma clínica, porque se o fizermos de uma
forma popular e algo brejeira, não teremos dúvidas de que se trata de uma real
e verdadeira palhaçada pois não é necessário ser um grande economista para
entender que não se estimula o engordar de uma porca cortando-lhe na ração.
E certo, certo… é que a incompetência
de quem nos governou e de quem nos governa, nos colocou inteiramente à mercê de
loucos, tendo com isso comprometido decisivamente a nossa independência como
nação soberana.
Na conferência de ontem, para além de
considerações sobre a crise política em Portugal que ocorreu no último verão, inadmissíveis
se pensarmos que um técnico de uma instituição internacional não deve julgar
assuntos que são do foro exclusivamente interno de uma nação fundadora e
contribuinte dessa instituição, é feita um pressão asquerosa sobre o Tribunal
Constitucional num claro desrespeito pela instituição que salvaguarda o cumprimento
da carta magna da nossa república, a “lei suprema” que até o Presidente da
República jura cumprir e fazer cumprir, mas que nos últimos tempos tem sido
sujeita a estes ataques sem que ele recrimine os autores de tal atentado à
dignidade e à essência da nação.
O Sr. Lall apontou novamente para o
papão dos “Mercados” e para os riscos de tudo aquilo que os põe de mau humor e
a castigar-nos, muito ao jeito do inferno que está sempre preparado para
receber os meninos maus e que roubem rebuçados.
Acredito que pelo ritmo que levamos,
chegaremos de facto aos “Mercados” em 2014 mas como mendigos esfarrapados à
porta dos ditos e de mão estendida a pedir esmola, tal o roubo “à LAGARDEre” de
que os nossos bolsos têm sido vítimas.
E quem diz “à LAGARDEre” pode dizer à
grande e “à Francesa” pois sendo Madame Lagarde do país que invadia os outros
para roubar e violar, sempre podemos dizer que uma coisa lhe assiste: a
coerência de sair aos seus.
Com tudo isto acho que nós também
devemos actuar como os nossos antepassados e aplicar-lhes o tratamento que
sempre ouvi dizer lhes foi aplicado em Alcains, morder-lhe como cães.
Mas com os nossos melhores dentes.
Comentários
Enviar um comentário