A dolência das gaivotas no feitiço do fim da tarde



A chuva parou a tempo do sol espreitar muito antes de rumar a ocidente, e no areal despido que a duna e os cardos abrigam, há centenas de gaivotas que se alinham numa estranha e inédita formatura; como um imenso castelo com asas que rumará daí a pouco até ao descanso em lugar seguro.
A dolência denuncia o feitiço do fim da tarde...
Ali sentado num velho banco de madeira e olhando-as de longe, eu sou como elas um romeiro que roga ao sol a bênção de uma noite, a casa onde os sonhos e os desejos suplantam tudo aquilo que se vê e palpa à face mais humana dos dias.
E depois voo para ti alinhando-me entre palavras.

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