Gosto muito da luz ténue dos fins de tarde de Outono…
Gosto muito da luz ténue dos fins de tarde de Outono,
quando a brisa fresca se desinibe, se liberta, e a casa se agradece como
refúgio.
Deixo-me estar ao ritmo lento do entardecer e enquanto
a penumbra dá o braço ao silêncio para juntos deixarem que anoiteça.
O silêncio é o espaço generoso e completo para todas
as palavras que queremos escrever ou dizer, a penumbra devolve-nos o olhar para
nós mesmos; e nestas tardes há tanto de verdade e de mim em tudo o que registo
no meu "velho" caderno.
Hoje perfumei a casa com o aroma doce de umas gamboas
grandes e amarelas que descasquei e pus a cozer numa pequena panela.
Sinto o cheiro que veste os vapores que se libertam
agitando a tampa...
E eu continuo a escrever e ainda a resistir a acender
o candeeiro.
Vejo-te tão nítido por entre o tudo que há em mim, que
não quero que nem por um só segundo algo me distraia e eu possa deixar de te
ver.
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