A solidão, a inevitável pátria dos poetas...



Na solidão, a inevitável pátria dos poetas, os versos que teço são palavras rebeldes em forma de braços, aqueles fortes que eu desejo me envolvam nas noites mais frias de um Outono que será longo.
É mérito dos poetas desenharem na alma a vida com que sonham, vivendo-a na discreta intimidade e no mais secreto silêncio; essa vida tantas vezes sem nada daquilo que deles se espreita à face dos dias banais.
Na minha solidão desenhei um sonho, uns braços iguais aos que me ofereces nas tardes singulares de passeio, e construí cidades com ruas e sem fronteiras, com um porto, barcos, com casas de portadas largas...
Na minha solidão, corto às vezes a rota previsível de todas as noites e paro às esquinas que ousei sonhar para viver contigo, nos teus braços que serão sempre os meus versos... e sou afinal tão pouco do tanto que todos pensam que de mim se vê.

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