É o povo todo, e a glória… a liberdade
Embarcar
em Lisboa num avião baptizado com o nome de Luís
Vaz de Camões, adormecer passados pouquíssimos minutos, ainda algures sobre
o Tejo e a Ponte Vasco da Gama; mune a alma de qualquer um, e não só dos
poetas, do sacro dedo inspirador das Tágides, as ninfas do rio de Lisboa, e o
sonho sai na forma de uma Odisseia em
rima como no poema de Homero:
Saímos
da Barra tomando os ventos
Velas como braços
beijando o mundo
O querer de
heróis aceso de alentos
O sonho de um
rei, Dom João Segundo
A glória tem alicerce
nos tormentos
Maior quando
o sofrer é mais profundo
E esta dor em
nau que busca a claridade
É o povo todo,
e a glória… a liberdade
A
minha incursão pela lírica.
Acordo
ainda a tempo de ver o avião a rasgar as nuvens fazendo despontar da água as
terras do Nordeste da ilha de São Miguel.
Os
picos ladeiam as crateras onde a lava descansa sob o silêncio das lagoas, e há
caminhos de basalto bordejados de flores.
Depois,
aterro já bem desperto como no canto décimo do épico de Camões: a ilha dos
amores.
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