As mil janelas que abres em mim
Às
vezes paro para pensar e procurar qual o lugar onde tu guardas os mil poemas
que me ofereces nas tardes que passamos juntos; e no circuito perfeito entre o
olhar e um abraço, aqueles beliscos na mão ou um beijo que sabe a tudo e vida…
não encontro nada.
Também
revolvo a margem direita do Tejo, as ruas de Lisboa e as calçadas desenhadas
por onde passamos, a Rua do Alecrim, os miradouros, os eléctricos, as Bolas de
Berlim, os dois copos de sidra e… nada.
Vou
às histórias que me contas, às nossas histórias… em vão.
E
então quando de frente para a lua regresso a casa sozinho e começo a sentir as
palavras que se libertam por entre a saudade e o perfume que me colaste à pele,
entendo finalmente que sou eu a casa onde moram todas essas palavras, e elas
sempre estiverem aqui à tua espera.
Estiveram
à espera que as vestisses de açúcar e as soltasses pelas mil janelas que de mim
abres para o melhor que tem o universo.
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