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A mostrar mensagens de agosto, 2021

Espaço 2021

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Estaríamos pelos finais dos anos setenta do século passado, e nas salas meio arruinadas do Convento das Chagas, hoje a ilustre Pousada de Vila Viçosa, a nossa catequista pedia-nos para termos cuidado com as brincadeiras, sobretudo, porque aquele hábito de rodopiarmos sobre nós próprios para imitarmos a Maya do Espaço 1999, transformando-nos num animal qualquer, provocava-nos, isso sim, umas valentes tonturas, e nós acabávamos por cair sobre algum monte de entulho que servia de “Eagle 1”, a nossa nave, onde sob as ordens do Capitão Koening e da Doutora Helen Russel, viajávamos pelo espaço. Ontem, vinte e dois anos depois do mítico 1999, e alguns mais desde essas brincadeiras, juntei-me com a minha catequista na missa das onze na igreja de Nossa Senhora da Conceição. Ela, a minha querida Dona Bárbara Elisa, celebrava os seus bonitos 94 anos, e eu, desde o coro, e com a ajuda da minha amiga Madalena Barros, também da leva extraordinária dessas brincadeiras no Convento da Chagas, cuidáva

A Abelha, a Carocha e o João Ratão

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Esta semana cruzei-me com uma abelha que voava, estranhamente tranquila, entre jarras cheias de flores artificiais. Ignorou-me nesta sua caminhada infrutífera pelo pólen, e o seu sossego será, quiçá, a certeza de que, tarde ou cedo, chegará às flores verdadeiras que a possam abraçar. Nesta mesma semana tive o privilégio de poder viajar com os meus sobrinhos, partilhando com eles alguns detalhes do Alentejo pré e pós barragem do Alqueva. O João viajou ao meu lado, e o Luís atrás, devidamente protegido, como é natural, pelo seu cinto de segurança, que acende uma luz verde no painel de comandos sempre que é ativado. Mas o cinto do meio, ao seu lado, também estava ativado, e verde, porque com o Luís viajou um amigo ou amiga invisível, personagem das muitas histórias de que ele gosta, e que vive intensamente, insurgindo-se, por exemplo, com a imprudência da Carochinha, que, desleixada, deixou um caldeirão ao lume. Direi eu que o dito marido, João Ratão, que nesse caldo morreu afog