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A mostrar mensagens de outubro, 2010

Farmácias da Europa / Farmácia Monte

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Ao entrar nas instalações dos Serviços Farmacêuticos do Hospital Garcia de Orta, em Almada, deparei-me com um interessante cartaz denominado “Pharmacies of Europe”, não datado, mas pelas informações que recolhi, com pelo menos 10 anos. São apresentadas várias farmácias, num conjunto de imagens que ilustram a história da farmácia na Europa ao longo dos séculos, assim como a expressão do gosto e das diferentes culturas, evidenciada na diversidade de soluções arquitectónicas. Juntamente com farmácias de por exemplo Basileia ou Munique, há uma farmácia Portuguesa, nada mais nem menos que a Farmácia Monte, de Vila Viçosa. Com o meu orgulho de Calipolense, reforçado com o meu orgulho de farmacêutico, não resisti a tirar uma foto com o telemóvel e a publicar este texto no Pomar. Afinal de entre tantas pérolas que a nossa terra encerra, esta é mais uma de valor inquestionável e inigualável, que a família de proprietários, os descendentes do fundador, têm sabido preservar, o que nos tempos que

13 de Outubro / O milagre do subSOLo

A ninguém ficou indiferente a situação ocorrida numa mina algures no Chile, que resultou num grupo de 33 operários mineiros soterrados a cerca de 700 metros de profundidade. Desde o dia 6 de Agosto que temos acompanhado diariamente os esforços para conseguir chegar aos mineiros, a construção de um longo túnel que os permita resgatar em segurança. E hoje ao longo do dia temos assistido, um a um, à libertação destes presos da má sorte e de um destino que os transportou para uma profissão dura, de alto risco e tantas vezes exercida em péssimas condições de segurança. Quando escrevo este texto acabei de ver a saída do 23º mineiro. À parte a exploração mediática e a já costumeira colagem política, o dia de hoje ficará assinalado nos anais da história como um dia do qual o mundo se deve e pode orgulhar. Reuniram-se esforços, meios técnicos e humanos, inúmeras vontades, quebraram-se fronteiras e ideologias, para cumprir uma missão nobre: salvar vidas. Coisa rara num mundo que geralmente se as

O Zé, o Pedro, o Paulo, o Xico e o Tio Jerónimo

O jornal Sol de ontem, tal como outros meios de comunicação, titula que os partidos e os respectivos lideres, dão por adquirido o chumbo do orçamento de estado para 2011 e preparam-se já para eleições. Foi posta de lado toda e qualquer hipótese de diálogo, de negociação, e assume-se a ruptura que trará por certo o agravamento da nossa já muito débil situação financeira. É a irresponsabilidade a ser levado ao limite. A situação exigia a maturidade de partir do objectivo assumido como compromisso por todos, fazendo cedências de parte a parte. As pessoas, todos os Portugueses exigiam essa maturidade. Mas olhando para os intérpretes desta “novela” de cariz rasca em que se tornou o país, já nada nos surpreende. O terreiro da luta política tem o estilo e o conteúdo das guerrilhas e das eleições para a direcção de uma associação de estudantes de qualquer escola secundária, onde impera a maturidade própria da adolescência. Os actores são maus, sem talento, preocupados sobretudo com a imagem, b

Auto de Fé / Acto de Fé

Na passada terça-feira, num dos inúmeros programas existentes nas nossas televisões, que colocam um jornalista desportivo à conversa com 3 “ilustres” adeptos, cada um representando um dos designados três clubes grandes, o adepto do Futebol Clube do Porto abandonou o estúdio quando confrontado com os comentários do adepto do Benfica sobre as últimas escutas telefónicas envolvendo o presidente do clube do norte. A justificação foi a recusa em participar num “auto de fé”. Estranha atitude. Que incoerência e como é curta a memória. Quem é que ao longo dos últimos anos tem sido o grande “inquisidor” no futebol nacional queimando em autos de fé, tudo e todos os que se atravessam no caminho de um percurso cheio de vitórias que não são por certo fruto apenas do mérito desportivo? Quem é que ao longo dos tempos tem fomentado essa ridícula guerra norte sul, de querer ver Lisboa a arder, num país com unidade cultural, política e social, com diferenças é óbvio, mas com as fronteiras definidas há m

Viva a República!

Comemoramos hoje o 100º aniversário da implantação da república em Portugal. Embora respeitando as opiniões e as posições dos monárquicos, sou no meu intimo convictamente republicano e tenho por isso motivos para hoje celebrar esta data em que o regime republicano veio substituir uma monarquia que há muito se divorciara do país real e que com frenéticas mudanças de governo, demonstrava não ter já projectos ou soluções para o país. Também não foi fácil o percurso da república mas com a monarquia em Portugal, não acredito sinceramente que estes últimos cem anos pudessem ter sido melhores. Apesar de todos os pecados e defeitos do regime, sinto-me confortável por de cinco em cinco anos, ser chamado a manifestar a minha opinião relativamente à primeira figura do estado, e muito dificilmente poderia aceitar que essa liderança fosse entregue por herança a alguém, independentemente da minha vontade e da dos outros cidadãos do meu país. Acredito pois na república e acredito que ela carrega os p

José Sócrates – Nova colecção Outono / Inverno 2010

Na passada semana, veio o Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, em disputa de audiências com um jogo do Benfica para a Liga dos Campeões da UEFA, dar uma conferência de imprensa em que apresentou um conjunto de medidas de austeridade, medidas muito fortes e penalizadoras para todos nós, digo eu. Há cerca de um ano atrás, quando se preparava para ganhar as eleições, este mesmo senhor, transmitiu, em coro com a comunicação social que o venera e lhe faz eco, a ideia de que Portugal era o melhor sitio do mundo para se viver, tendo todos eles, o Sr. Sócrates e a comunicação social, ridicularizado a então líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, alcunhando-a de mensageira da desgraça, pelo facto de ela não prometer o paraíso aos eleitores, prometendo apenas rigor e verdade na gestão do país, que caminhava para uma situação financeira muito grave. Em Portugal, falar verdade e ser verdadeiro não dá votos. Continuamos a acreditar e a deixarmo-nos ir atrás do canto do cisne, continuando a assumir a