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A mostrar mensagens de novembro, 2013

A lição de uma velha árvore já morta

Gosto destes dias em que a visão do sol nos alimenta uma secreta ilusão, mascarando o típico frio de um Outono que a copa amarelecida ou avermelhada das árvores denuncia a qualquer instante. No campo dispensamos o calendário, e pelos aromas, pelas cores e por estas sensações, conseguimos sempre saber qual a estação do ano em que nos encontramos. Na casa de Vila Viçosa, quando olhamos o Terreiro do Paço pela janela da cozinha ou pela varanda, uma velha árvore implantada no quintal da Vizinha Clotilde, sempre nos ajudou nesta tarefa de aferição do tempo, porque no Inverno tinha os troncos à mostra, na Primavera revestia-se de folhas verdes que cairiam depois já amarelecidas no Outono, e nos dava centenas de alperces doces durante o Verão. No quintal todas as árvores tinham uma história: o pessegueiro rasgou-se ao meio por acção dos helicópteros que trouxeram o Papa em 1982, ano em que a nespereira deu fruto que parecia milagre, e esta árvore, contava a vizinha Clotilde, tinha sido

O aroma intenso da mais perfeita flor do campo

Sei que nunca ninguém me olhará assim na bênção desse amor que me impele a abraçar-te em cada instante, quando sorrimos os dois, e o teu sorriso é cimento da minha fé e o meu sorriso me devolve ao conforto da criança que me recuso sempre a deixar de ser junto a ti. Perfeitos são os dias em que a manhã me traz o teu olhar e ao redor do café e do pão, doces são as palavras que sempre falam de nós e soltam todos os afectos, as palavras que trazem para redor da nossa camilha que tem vista para o Terreiro do Paço, todos aqueles que ambos tanto amamos. Depois gosto quando me vês e comprovas se o meu vestir está alinhado com o frio ou o calor da nossa Vila Viçosa, e mais uma vez me deixo ser menino quando me perguntas: - Levas lenço de assoar? Ou: - Tens moedas para o ofertório da missa? As duas perguntas que nunca falham, e que, peço a Deus, tarde ou nunca me faltem, mesmo sabendo que já só lhes consigo responder com um breve sorriso e sem palavras. Sabe bem regressar a casa q

Os anjos que ainda respiram

Há uma velha lareira que o tempo e o fumo pintaram de negro, e há um madeiro gigante que se deixa consumir lentamente por um fogo sem chama e perfuma a casa de um conforto alinhado com o sol que brilha intenso para lá das vidraças. O brilho intenso do astro-rei por sobre o Atlântico aqui tão perto e que resplandece de azul na ilusão de um dia que é afinal de frio e de um Outono quase Inverno. As paredes têm a cor de um papel já gasto, e gastas estão as gravuras espalhadas pela sala, mais pelos olhares que dias inteiros repousam e se abandonam sobre si, do que pela acção do sol nos dias em que brilha assim como hoje o faz. Na velha mesa quadrada e com brilho de verniz que está colocada no canto junto à janela, repousa um velho baralho de cartas que tem ar de tudo menos de sorte, e um jornal que ali abandonado já perdeu a altivez da sua melhor cor, e carrega as palavras de tantas histórias de muito antes de hoje. Há muito se perdeu a conta ao número de vezes que as suas páginas fo

Os abutres na vil caçada ao subsídio

Ao melhor jeito de Lucky Luke, o cowboy que é mais rápido a disparar do que a sua própria sombra, antes da chegada do recibo de vencimento ou de qualquer ida ao multibanco com acesso ao meu extracto bancário, fiquei a saber por uma funcionária do meu banco que na passada sexta-feira me tinha sido pago o subsídio de Natal que eu optei por não receber em duodécimos, um verdadeiro luxo num país com elevados índices de desemprego e onde as claras dificuldades financeiras da maioria da população perspectiva um Natal mais carregado de dificuldades do que de bacalhau ou bolo-rei. Actualmente em Portugal uma das situações mais pornográficas com que somos confrontados (e a “Casa dos Segredos” quando comparada com isto até parece o “Clube das Virgens Inocentes”) é o despudorado ataque aos subsídios de Natal e de Férias, em grande parte pelo Estado que se inspira na Troika e não consegue controlar a sua própria despesa, mas também pela banca e afins. Como se entre Estado e banca existisse as

O intenso e eterno sabor doce que têm os dias de todos os sonhos

Nas muitas vezes que as obrigações profissionais me levam ao Hospital de Santa Maria, não resisto nunca a olhar para a Faculdade onde entre 1984 e 1989 me fiz farmacêutico. O “desenvolvimento” implantou betão no espaço que então era ocupado pelas árvores de generosas copas que foram nossas cúmplices nesse tempo em que o microondas do bar de Medicina Dentária, por ser o único na região, era uma atracção que motivava verdadeiras peregrinações em busca de um folhado aquecido; o Professor Nascimento lançou uma campanha para que cada um de nós adoptasse um buraco do asfalto e assim melhor pudéssemos circular entre o Anfiteatro, o “Supositório”, o “Galinheiro” e o “Castelinho”; as senhoras da biblioteca eram insuportáveis com o seu “meninas pouco barulho”; o Sr. Samju era o rei das fotocópias; fazíamos batons nas mesmas formas metálicas que serviam para fazer supositórios; ir ao ISCTE era o Top da Modernidade pela possibilidade de nos cruzarmos com o Miguel Esteves Cardoso; o almoço decid

Honestidade, coerência e democracia

Só com a ajuda do Google consigo identificar o dia em que durante a campanha para as primeiras Eleições Presidenciais pós revolução, vi o General Eanes num pequeno comício em Vila Viçosa. Foi ao inicio da tarde do dia 18 de Junho de 1976, horas antes do célebre comício na Praça de Touros de Évora e do seu muito célebre percurso em pé no tejadilho de um carro enquanto ecoavam balas na zona do Jardim Público. O palco em Vila Viçosa estava montado junto à rotunda da Fonte da Praça e de costas para a Igreja de São Bartolomeu. Desde as janelas da casa do meu amigo Manuel tive uma visão privilegiada para o acontecimento e para os distúrbios que começaram antes mesmo da chegada do candidato com trocas de socos, e algum sangue à mistura, entre os seus apoiantes e os de Otelo Saraiva de Carvalho. Do alto da janela e sobretudo do alto dos meus quase dez anos só me recordo de ter achado que para herói ele era demasiado franzino. E como ousava um homem com aquele aspecto frágil vir falar de f

O inferno “d’antes” e de agora

Se este país já vai sendo ele próprio um inferno, porque o que resta de paraíso refere-se apenas à componente fiscal e destina-se a um grupo muito selecto e altamente elitista, não é difícil escolher a que será a imagem mais infernal da semana. E aí, imaginar a Margarida Rebelo Pinto e o Prof. César das Neves a brindarem com Pepsi a uma mesa de um restaurante de bifes gerido pela Isabel Jonet, estabelecimento dedicado a uma clientela de âmbito muito familiar e tendo como relações públicas a Bárbara Guimarães, um espaço decorado ao jeito de marquise com fotos de Passos, Portas, Cavaco e Maria, Seguro, Sócrates… num revisitar da Família Adams, e onde os plasmas distribuídos pela sala vão transmitindo a Casa dos Segredos e os programas da Cristina Ferreira, da Júlia Pineiro, do Jorge Gabriel e do Nuno Eiró a apresentar o Leonel Nunes e o seu êxito “Porque não tem talo o nabo?”… ganha a qualquer outro inferno que possamos imaginar. E o que restava de paraíso? Os anjos da guarda (ass

Zé Maria

Já que gozo da fama de ter boa memória (de elefante, segundo o nosso amigo Manuel), com toda a legitimidade tiro dela o proveito, e desde muito cedo me recordo de te ver pela nossa Vila Viçosa. E talvez a memória mais longínqua me venha da missa das dezoito horas de domingo na Igreja de São Bartolomeu que ambos frequentávamos com as nossas mães. Já nem sei há quantos anos e acho até que só eu é que me recordo dessa missa. Desde aí fomos crescendo e foi mais tarde no grupo Sementes de Esperança e nos Convívios Fraternos que acabámos por nos cruzar de uma forma mais intensa e demos lugar à amizade… Tu tocavas viola e quase nos davas com ela na cabeça quando as nossas vozes (de cana rachada) frequentemente saiam do tom; fazíamos teatros e tu até apresentaste uma réplica do “1,2,3” que foi ganha pelo meu pai em parceria com a mãe dos manos Fradique; imitámos o Herman na "Jaquina, Jaquina, Jaquina", em que eu fazia a Assalariada Rural e tu a Doméstica; fazíamos letras alinh

Pedro Álvares “Ronaldo” e a (re) descoberta do Brasil

Já está. O Ronaldo demonstrou ser melhor a tratar as bolas do que os Suecos produtores de almôndegas e o Paulo Bento provou que monta estratégias de vitória de uma forma muito mais eficaz do que os senhores do IKEA na hora de montar psichés de pinho, e por isso… vamos ao Mundial de Futebol que no próximo ano se realizará no Brasil. A nação vibrou com o feito, embora talvez com menos entusiasmo do que é normal nas vitórias dos clubes, porque isto de eu ganhar e o meu vizinho também, não tem lá muita graça. Vamos fazer pirraça a quem? E vamos assobiar para onde? Para a porta da Volvo? Da Atlas Copco? Do próprio IKEA? Perante os festejos logo se levantou também um coro de críticas ao jeito de tragédia e com acusações de alienação. Com a crise que vivemos como é possível que alguém possa festejar e gritar golo? Como se o momento exigisse que nos fechássemos todos numas caves e envoltos em panos negros a escutar em perfusão sonora os discursos do Jerónimo de Sousa, da Heloísa Apolóni

A essência doce do medronho

Procuro num envelope branco da Livraria Escolar que o tempo já fez mudar de cor, e que conservo na gaveta das minhas “relíquias” muito pessoais, esses pedaços demasiado simples do passado, que só eu sou capaz de descodificar e que me avivam a memória de todas as vezes que os procuro. Encontro um velho cartão-de-visita devidamente rubricado, muitos cartões de boas festas, uma edição de “A bruxa do Castelo de Vila Viçosa”… Sei de cor a história de cada um destes objectos e todos eles me transportam para os dias em que eu não dispensava a companhia da D. Joana Ruivo e fazia da sua Livraria Escolar, a minha segunda casa. Antes ou depois das aulas, nas férias de Natal, da Páscoa ou nas férias grandes, em todos os minutos livres da minha infância e juventude, foi ali e por esta amiga que me afeiçoei às palavras escritas, tantas e em tantas estantes espalhadas por toda a casa, em dias passados à conversa, a ler ou então em jogos e brincadeiras com o grupo de amigos que por ali se foi f

Um curto e simples passeio pelo Outono

O frio de Outono que chegou durante o fim-de-semana, convidava a permanecer tranquilamente junto à braseira com o alto patrocínio de uma boa leitura, aguardando o momento quente em que o chá fumegaria na chaminé e o apito da chaleira desse o pontapé de saída para a merenda. Foi Novembro que nos fez sair. Pelas placas de mármore que perpetuam nomes e rostos, deixámo-nos guiar por um roteiro de afectos, percurso de encontros facultados pelas memórias e celebrados a Padres-nosso e Ave-Marias. Eu e a minha mãe, os dois sós, deixámo-nos ir de braço dado rebobinando vida, soltando palavras nesse panteão do meu povo que na tarde fria estava deserto e à mercê de tantas histórias com que fizemos presentes todos os nossos. É entre muralhas e em chão nobre, a terra que eterniza a minha gente, à sombra da fé na Senhora da Conceição, a rainha e a proa de uma nau de heróis entregues ao sono perpétuo no Olimpo dos simples. Já de saída lanço um olhar a Florbela e é com ela que subo as escad

A perseverança e a salvação do corpo

Não é que tenha de se ser pobre para ganhar legitimidade para abordar a pobreza, mas recomenda o bom senso e o pudor, que os bem instalados na vida se abstenham de sugerir conformação aos que vivem com pouco e em dificuldades. Por muito pertinentes que sejam os argumentos, as palavras destes terão sempre o efeito de uma bem afiada lâmina de navalha. João César das Neves, professor de Economia na Universidade Católica por profissão, católico por confissão e consultor para os Assuntos Económicos da Presidência da República por nomeação, afirmou hoje que aumentar o Salário Mínimo é uma agressão aos mais pobres porque os empresários se inibirão de dar emprego a pessoas mais pobres e desqualificadas. Acrescentou ainda que a maior parte dos pensionistas não são pobres, disfarçam-se de pobres, e que tem visto nesta crise situações muito positivas. Se a moda pega, qualquer dia ainda alguém vem afirmar que a fome é uma excelente oportunidade para baixar os níveis de colesterol e melhorar

Um dia de Outono

O relógio da torre do Paço pressente o dia, e desde as sete alinha o toque com os pavões que aos gritos saúdam o sol nos recantos mais secretos do Bosque e do Jardim da Duquesa, em badaladas arrastadas que assinalam os quartos de todas as horas. Numa doce ilusão, o céu de um intenso tom de azul parece querer desmentir o Outono pintado pelo tapete tecido pelo vento e que infinitas folhas amarelecidas dos plátanos semeou sobre a calçada e sobre a raiz das laranjeiras plantadas junto à Porta da Senhora da Graça, ao Convento dos Agostinhos, onde já reluzem frutos maduros. Mas o ar frio que se respira ao abrir da vidraça, e que o corpo empurra efusivamente para o quente da braseira acesa sob a camilha mata todas as dúvidas e confirma que é de Outono este meu dia em Vila Viçosa. Enquanto caminho Corredora acima e entrego o olhar ao branco do casario que o brio da gente adornou com uma esquadria de barras azuis e amarelas que parecem querer elevar ao céu a cor do rodapé que nos acompanha

Aquela força de muito querer viver

O semáforo obriga-me a parar na esquina da Politécnica com o Rato, instante aproveitado por uma Romena com mais ouro na dentição do que o Banco de Portugal nas suas reservas, para através de gestos, em vão me tentar vender o “Borda D’Água”. Recuso a oferta até porque já sei à partida que o “clima” nas suas múltiplas vertentes não vai estar bom, e ao abrir do sinal verde, mergulho na rua de Lisboa que mais vezes calcorreei. A viver no Príncipe Real, ia à missa a São Mamede, tomava a bica na pastelaria “Alsaciana”, comprava peúgas na “Poli”, frequentava a padaria com a mulher mais antipática do universo e que só vendendo carcaças me obrigava a comer três para compensar a minha fome de uma fatia do pão Alentejano a que eu estava acostumado, comprava bolachas na mercearia em frente à Casa das Cortiças e acabava sempre a partilhar memórias do Alentejo e da Beira Baixa com os seus proprietários, dava dois dedos de conversa com o meu conterrâneo Sr. Sousa Meneses à esquina da Imprensa Na

Os roubos “à LAGARDEre”

Há cerca de um ano, em Outubro de 2012, o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição presidida pela francesa Christine Lagarde que beneficiou dos efeitos secundários dos impulsos sexuais do seu antecessor, assumiu num relatório, o erro na avaliação prévia do impacto da austeridade nos países do Euro sob assistência financeira. Os modelos de projecção estimavam que por cada euro de austeridade se perdia 0,5 Euros no PIB e os dados reais revelaram que por cada Euro de corte na despesa pública ou agravamento de impostos, o PIB perdeu entre 0,9 e 1,7 Euros. Na mesma linha, num relatório da mesma instituição apresentado no passado mês de Setembro, uma equipa liderada por Olivier Blanchard (Economista Chefe) defendeu que as políticas defendidas pela instituição ao nível orçamental mostraram, desde o início da crise financeira em 2008, estar erradas em muitos pontos essenciais, defendendo que ao contrário do até aí praticado, a austeridade deve ser aplicada de forma progressiva, com

As lições improváveis

Há muito confirmei que a vida é um processo contínuo de aprendizagem, sendo a própria idade a desmontar aquela falsa ideia que nos acode em jovens, de que chegará o dia em que seremos essencialmente emissores de informação, “mestres” do alto de uma cátedra legitimada em grande parte pelo muito que já vivemos. O tempo vai de facto ensinando muita coisa, sobretudo através das experiências que vivenciamos e das pessoas que connosco se cruzam e partilham os dias, mas estar vivo é sinónimo de abordar cada amanhecer com a sofreguidão de aprender, muito mais do que com a certeza do muito que vamos ensinar ao mundo. Até porque o que de melhor temos para ensinar aos outros, passamo-lo de forma natural e espontânea na virtude de sermos nós próprios e sendo grandes no que somos e fazemos, com o exemplo a ser muito mais eficaz do que a conversa na concretização desse desiderato. E dos dias vamos colhendo lições que nos surgem quando menos esperamos e inspirações que podem chegar dos “profes

Acelerar para o futuro

No dia em que recebi o convite para a festa das Bodas de Prata que assinalam os vinte e cinco anos de casamento de uns amigos de infância, fiquei também a saber que o meu irmão, cinco anos mais novo, vai ter no sábado um jantar para comemorar os vinte anos de curso, fui confrontado com o facto de uma colega cuja idade anda pela casa dos trinta desconhecer em absoluto o filme com a Julie Andrews, “Millie, uma rapariga moderna” que eu sei de cor e salteado, e acabei sentado na cadeira do barbeiro a ouvir no melhor sotaque da Baía: - O siô todos os méis tem maisss cabelos brancos na cabeça e na barrrba. E tivesse eu tendência para a depressão e sairia a correr directamente para o sofá de um psicólogo ou quiçá a afogar-me em alguns químicos do arsenal terapêutico que a minha condição de farmacêutico me permite conhecer perfeitamente. Mas não. Acabei a responder ao barbeiro que por este ritmo talvez em Dezembro já esteja apto a ser um “Pai Natal” muito credível sem necessidade de r

Os vampiros pimba do “Show Biz”

Depois de um agradável passeio por Lisboa num domingo de Outono e quando a brisa fresca que se intensificou com o pôr-do-sol, nos convida a um par de horas de sofá antes de chegar o momento do jantar, começa o baile em ritmo de vira ou baile mandado com o comando da televisão a fazer-nos passar pelas dezenas de canais sem que algum deles nos prenda a atenção. Os três canais generalistas transmitem sessões de variedades de música pimba directamente de um recanto algures em Portugal, com um casal de apresentadores a utilizar o espaço entre as cantigas que falam dos desgostos de amor, do bacalhau ou dos talos do nabo, para permitir ao público o envio de beijinhos para a família, repetindo também até à exaustão, um número de valor acrescentado que habilita o telespectador para o sorteio de uma agradável quantia de dinheiro. E todos os argumentos servem para convencer o público a pagar os sessenta cêntimos mais IVA por cada chamada para o tal número mágico. Numa destas passagens assi