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A mostrar mensagens de abril, 2013

PESSIMUS – All together… later

Nunca antes me acontecera em sítio algum mas chegado a Copenhaga no sábado passado e depois de ter desactivado o modo de voo no I-phone , nem sinal de rede. Essa fantástica invenção chamada Roaming desaparecera de vez, de nada valendo as dezenas de vezes que desliguei e voltei a ligar o aparelho. Chegado ao hotel e tendo acesso a um telefone fixo, tranquilizei a família e iniciei a novela Optimus, eu daqui, e amigos e colegas directamente da pátria lusa. O primeiro número que marquei pôs-me em contacto com um individuo que me disse nada poder fazer pois eu teria de ligar para o Serviço Clientes-Empresa. Enquanto um amigo já se dirigia à Loja Optimus do Colombo porque aí, diziam, tudo se poderia resolver, liguei o novo número e fui carregando em todas as teclas sugeridas pela voz irritante da “menina” que nos lê o menu de opções como se estivesse em fase de pré-orgasmo. Chego então à fala com uma nova criatura que me sugere em primeiro lugar que desligue e volte a ligar o a

Non ho l’età

É enganador este sol que brilha intensamente e que me despertou hoje às cinco da manhã, pois saindo à rua somos atravessados por uma brisa tão fresca, que as pernas abandonadas à frágil protecção das calças de um fato adaptado a uma primavera lusitana, me fazem compreender e desejar a inestética opção por um par de ceroulas que já não constam do meu espólio. Copenhaga no seu melhor… e ali ao longe, a ponte de Oresund com a Suécia à distância de quase oito quilómetros. Talvez por inspiração desta imagem de países unidos no contexto do espaço comum que é a Europa, projecta-se-me a memória para 1964. Foi aqui em Copenhaga, no dia 21 de Março, que Portugal participou pela primeira vez numa edição do Festival Eurovisão da Canção. António Calvário e a sua “Oração” saíram daqui com zero pontos e foram apupados não por demérito musical mas por razões politicas pois os restantes países participantes recusavam “cantar” ao lado de Salazar e Franco. Não há registo do espectáculo para con

Tio Pastel de Bacalhau

Dispensa-se a aquisição do bilhete de cinema porque basta ir comprar o jornal à papelaria num dia feriado e desde logo, de forma gratuita, Pedro Almodôvar vem ter connosco. A dona da papelaria, duas clientes e o filho de uma delas conversam animadamente. - Coitadinho. Foi horrível a noite que ele passou. Nota-se-lhe na cara. Diz a mãe apontando para uns cerca de dois metros de gente que a acompanha e a quem instintivamente tento ver a tez em jeito de confirmação, o que se torna muito complicado pois a criatura tem a cabeça coberta pelo capuz da camisola, para além de que literalmente abdicou do pescoço mergulhando pelo interior da dita peça de roupa num tom verde alface que não ajuda muito a disfarçar as nesgas de olheiras que vislumbro. - Se calhar abusaste… Avança a outra cliente. - Não, coitadinho… Acode desde logo a mãe. - Só comeu um hambúrguer do MacDonalds. Pois… Era de prever que a dieta fosse essa e só não sei porque é que nas enfermarias dos hospitais ai

Liberdade

De um imenso e novo sol se faz a madrugada, sonhada primavera, ansiada hora de um tempo que pela esperança já é novo. Os punhos gastos, esses quase mortos pelos tristes adeus de lenços e lágrimas na bruma do cais, renascem no impulso de impor por sobre as cinzas, a flor que do nosso bravo sangue tomou cor. Há heróis no Carmo e em todas as ruas de Lisboa, velhas e gastas calçadas de tantos e tão tristes passos, e ressoa o grito do povo que se reencontra e fervilha na doce alquimia de reinventar o seu destino. Os insubmissos ao fado rasgando as novas madrugadas. E nos campos morenos de Grândola há papoilas que rubras nos imitam o gesto… Há festa, infinitas flores brilhando, e heróicas resistindo ao vento, por entre o verde e o granito das mais altas serranias… E connosco, livre e sem amarras, grita forte o mar nessa ritmada canção trazida aos Homens pela força e pela espuma das marés. Depois de um adeus, a preço de vida…. Erguem-se sublimes as vontades na imposição do s

Janelas de papel

Era uma vez um rapaz (sim, porque são rapazes e nunca meninos, os rebeldes cavaleiros dos simples entreténs que brincam livres na rua com as cumplicidades do luar) que todas as noites ansiava para que o silêncio da casa que acompanha a escuridão que impõe o repouso das almas, lhe abrisse as portas dos sonhos e por eles o fizesse voar muito para lá daquele ponto onde qualquer Homem julga possível conseguir chegar.   Sem as amarras das faces que nos marcam os dias, cada noite devolve-nos o doce conforto de uma dedicação exclusiva ao pensamento e à verdade de nós mesmos, com esse benefício acrescido das asas que não conhecem, e não se vergam a quaisquer humanos limites. Neste ciclo dos dias simples no campo e dessas noites povoadas por milhões de “viagens”, ansiava o rapaz por um momento em que os sonhos entrassem sem que para isso o ocaso tivesse que ocorrer, na momentânea e previsível derrota do sol que faz reluzir a lua. Dessa esperança se alimentou, e por essa vontade deu mote

A ilustre casa de todos nós

O sol nasceu há pouco e a intensidade do seu brilho que cresce lentamente, impõe um alucinado ritmo de cores à paisagem que a manhã me oferece. Vejo terra, mar, ilhas que intercalam verde com longitudinais extensões de areia, uma infinidade de pequenos barcos fundeados numa competição de garridos tons, e só as gaivotas e um ou outro barco que acelera, quebram a quietude da manhã, quais estrelas cadentes no firmamento de uma noite estrelada. Respiro a maresia ansiando que ela jamais se apague da memória quando eu tomar caminho por sobre o asfalto que privilegiado se estende entre sobreiros, searas e infindáveis matas de giestas. Breve chegarei a casa e fumegará sobre a mesa uma sopa de tomate que também carrega em si a nobreza de um pão de trigo e o gosto único de um ovo fresco cozido manhã cedo agradecido a uma produtiva e poedeira habitante do galinheiro. No final, como sempre, irei sacudir a toalha na varanda que tem vista para o Paço, porque os pardais que chilreiam no cip

Big Brother Vip

Há muitos anos, quando a TVI ainda era um projecto que sonhava ter inspiração cristã, a Teresa Guilherme permanecia como uma forma desconhecida de poluição sonora e os confessionários eram locais onde as pessoas se ajoelhavam perante o padre e não perante Portugal inteiro, o olho do “Grande Irmão” existia apenas na velada e insistente bisbilhotice exercida ao nível das vizinhanças, sempre tão atentas a ruídos e movimentações estranhas que rapidamente se convertiam no mote para uma boa conversa na mercearia ou no lavadouro público, quantas vezes despoletando esse requintado processo de alta criatividade que é designado por boato. Com o Tony Carreira ainda a jogar ao berlinde na sua “aldeia perdida na Beira”, o José Castelo Branco a brincar com as Nancy’s divertindo-se a roubar o baton da mala da mãe e a Marta Leite de Castro sem sonhar sequer com a alta rotatividade da sua mudança semanal de “encostos” afectivos, as pessoas importantes situavam-se ao nível da rua, da vila ou da esco

Sonho

Na ansiedade da incessante busca do teu calor, essa vertigem dos dias que se alimenta da vontade louca de te ver, acelero o tempo de encontro a não sei bem quando, sonhando-te presente no doce destino desse indefinido momento. Turvo pelo lume que se vê mas não tem chama, como sempre infinito se mostrará o horizonte, correndo leve, quente e breve, a brisa que faz ondular o mar de espigas da seara que é verde, assim, na primavera. Um dia, o verão trará ao campo maduro, a bênção do ouro, tornando heróicos e maiores, os firmes e generosos braços da Ceifeira. E contigo correrei campos fora na cumplicidade rubra das papoilas, alimentado pela esperança do bem-querer, amor arrancado aos milhões de pétalas que encontrarmos no caminho. Sentados nas pedras da margem da ribeira e embalados pelo suave soluçar da água que corre, a fresca sombra de uma árvore qualquer nos dará abrigo para a sesta e para os sonhos que têm aromas de giesta, esteva, poejo e rosmaninho. Lá longe, mas para nós s

Da Menina Luciana à D. Dulce: O percurso de um cidadão nacional

Um dos muitos benefícios de concluir com êxito a 4ª classe do Ensino Primário era o facto de passarmos a dispor de um Bilhete de Identidade, indispensável para as matrículas no Ciclo Preparatório. Assim, algures no verão de 1976 e depois de me ter submetido à tortura de uma sessão fotográfica às mãos do Sr. Sousa Menezes, que entre os ajustes na pose do “modelo” e os acertos nas luzes e na máquina demorava cerca de uma hora por cada “chapa”, lá fui eu pela primeira vez à Conservatória do Registo Civil, então no edifício dos Paços do Concelho de Vila Viçosa. Sentindo-me muito importante, com as fotos tipo passe numa carteirinha de plástico e a inevitável Cédula Pessoal, tive o privilégio de pela primeira vez poder contactar através de um muito alto balcão de madeira, com a Menina Luciana, menina cuja idade andaria quiçá pelos sessenta anos. Sem nunca sorrir e sempre vestida de negro, porque havia sempre uma razão triste para um permanente luto, esta mulher era dona da caligrafia

Voz

Entrego a voz às palavras que respiram, e num sonoro rendilhado, estendo para lá da alma, o supremo e nobre canto dos poetas. De todos os poetas… ao compasso da terra e na mais doce e verdadeira inspiração dos dias que o sol me dá… Quando a Braguesa e o Cavaquinho me impelem à dança, rodopio e bailo de corpo e voz, os garridos Viras e Malhões debruados a filigrana do ouro mais puro.   Celta, uno-me ao toque da Gaita no eco das arribas quando o Douro, por Miranda, em luso rio se converte. Desafio-me nas Chulas e mando bailes, costa fora, de norte a sul, e até mesmo quando o Atlântico dobra Sagres e se faz a Sotavento. Caso-me às mãos que cantam pelo toque do adufe da raia, na Beira das imponentes serras que a Castela viram costas. Canto chão na dolência do sul, na planície das terras em que o trigo de tão louro parece ter roubado a cor ao sol. Encantado, Mouro enamorado pelas vielas estreitas de Alfama, de um gemido de saudade, pela voz me nasce um fado. Com a nobreza

De Miss Simpatia a Miss Universo

No tempo em que as senhoras liam a “Crónica Feminina” e a “Ela – Donas de Casa” sempre na esperança de se poderem converter na mulher ideal da lusa pátria, a Ana Maria Lucas ainda não convivia intimamente com as rugas no rosto e a Vera Lagoa era “O Diabo” e presidia ao júri, organizava-se anualmente no Casino do Estoril, o concurso de Miss Portugal, com o objectivo de eleger a mais bela mulher Portuguesa. Nesse tempo, quando a Betty Grafstein só deveria andar ainda pelos oitenta anos de idade e o Mário Soares ainda tinha memória e articulava discursos com algum sentido, elegia-se também a Miss Simpatia por votação entre todas as candidatas a Rainha de Beleza. E assim, qualquer zarolha, marreca ou coxa que estivesse a concurso, tinha a sua oportunidade de brilhar nessa noite de intenso glamour e naftalina, dispondo de uma faixa de seda igual à de todas as outras premiadas. Bastava-lhe ser simpática… ou nem isso. Muito frequentemente adjectivamos de simpáticos aqueles que não tê

Abril em Portugal

Visto do alto, o Ribatejo tem o jeito de um imenso mar de verde... e inundada e fértil é a lezíria salpicada aqui e ali por breves ilhas, branquíssimos casarios das aldeias e vilas da beira Tejo. No voo, desviamo-nos para oeste, sempre no rasto do verde, e de repente, o recorte mágico da Pena prepara-nos para a imensidão de azul que jamais saberemos dizer se é rio ou Atlântico. Seguimos depois como que fazendo-nos ao sul, e não fosse o Cabo Espichel lá mesmo ao fundo, e juraríamos ser infinito o areal da Caparica que o mar beija continuamente pela espuma ritmada das ondas, alvas dobras de  lençóis  gigantes ajeitados no perfeito leito desse indescritível tom de azul. Sob o olhar cúmplice do Cristo Rei e ali por sobre a ponte, o avião desvia a rota, faz meia pirueta e fica cara-a-cara com Lisboa, majestosa, imperial nas suas colinas revestidas de um casario que compete em cor e na intensidade de uma luz que nunca deixa de ser clara. Nos pontos mais altos, as torres e os zimbório

Sangue, lágrimas ou o canto no país das tapas

A Sara Montiel morreu esta semana, mas o seu espírito deve ter decidido permanecer por aqui, encarnando desde logo no corpo da funcionária do meu hotel de Madrid que, qual rouxinol, entre os quartos que arruma e o corredor onde tem estacionado um estojo de dimensões escandalosas, não se cala nem um segundo, tornando-se audível no interior do meu quarto mesmo estando com a porta fechada. Este jeito de falar e cantar alto é algo que não nos assiste, apesar de sermos vizinhos muito próximos. Até parece mal cantar desta forma e quando alguém nos surpreende a trautear que seja, logo avisa: - Deves estar a adivinhar chuva. É um facto que, para um Português, a desgraça é permanente e “mesmo que não estejamos presos, quase de certeza que a polícia anda atrás de nós”, mesmo que não haja razão para tal. Não sei que programas vê a camareira do hotel mas por certo não serão as telenovelas da TVI ou da SIC que são um exercício de puro masoquismo pois possibilitam durante um ano o convív

Jangada de Pedra

Não consigo identificar a agradável melodia que pelo toque de um piano acompanha o estranho bailado dos aviões na placa do aeroporto da Portela nesse encontro que é sina alfacinha entre quem chega e quem parte mundo fora. Estou no interior de um avião da Ibéria rumo a Madrid com muito poucos Portugueses e muitos Espanhóis com cara de terem comido “carradas” de Bacalhau Dourado, que regressam a casa munidos de Vinho do Porto, Pastéis de Belém e camisolas do Cristiano Ronaldo, num filme consumista que dá razão ao Ministro da Economia, salienta a gastronómica complementaridade entre Porto e Lisboa, e um filme que bem se poderia chamar: "A vingança das Nancy's , dos Pyrex’s e dos Caramelos". A minha leitura da revista Sábado denuncia-me os interesses e as preocupações, fazendo "parelha" com o El Pais do meu vizinho do lado. Rapidamente encetamos uma conversa. Falamos de Portugal e Espanha, dos pontos que nos aproximam e que sem complexos devemos explora

Tão tristes as tardes que sabem a saudade…

De um intenso tom de negro e cinza, perseverantes, insistentes, as nuvens anulam o sol no seu fulgor e brilho intensos, marca dos dias que esperávamos nos pudesse trazer a primavera. No horizonte, que por ora nos matou o mar, há gaivotas sem rumo que esvoaçam e árvores loucas esbracejando ao ritmo de uma brisa fria, grito e prece dos tristes ramos, verde apelo ao vento que de abalada lhes ponha para bem longe, o sabor feito desta mágoa que sempre carrega a tempestade. Vazia, a calçada marcada a alva e negra pedra, espera em vão o desenho e o compasso do nosso paralelo e lento caminhar, nesses instantes em que as mãos num impulso se entregam, dando gesto ao amor cantado pelo riso e pelo brilho da cumplicidade dos olhares que são os nossos e que sem reservas se entrecruzam. E só o vento, os ramos e as gaivotas, rompem no ar o silêncio nascido da ausência dessas palavras que em nossas bocas aguardam ansiosas pela chegada dos dias que têm cheiro a verão. Fazendo voar para bem lon

A Dama de Ferro e os Cavalheiros do Acrílico

Acompanhado pelas notícias veiculadas no rádio, faço-me à estrada numa manhã de sol que parece vir finalmente trazer a primavera. Por muito que o astro rei “puxe” pela música, a hora certa traz sempre as inevitáveis notícias. Ouço Passos Coelho falar de austeridade e Sócrates de oportunidades perdidas, e não posso deixar de achar interessante como em apenas dois anos estes senhores trocaram de “fato”. Troca de fato… troca tintas. Quase a chegar ao novo Hospital de Loures, descubro que talvez já como consequência dos cortes na prestação das funções sociais do Estado que surgirão depois do chumbo de alguns artigos inscritos na lei do orçamento para 2013, na rotunda de acesso ao hospital, o único cartaz ali presente anuncia a Servilusa e a excelência do seu desempenho nos serviços funerários. Comparando, imaginem-se a entrar num restaurante que tenha à porta um cartaz do tipo: Em caso de intoxicação alimentar não hesite e contacte... O noticiário passa entretanto da actualidade na

Boa Nova

“Entrava a fermosissíma Maria Polos paternais paços sublimados, Lindo o gesto, mas fora de alegria, E seus olhos em lágrimas banhados.” É com estas palavras que Camões inicia no Canto III de Os Lusíadas a descrição do episódio da Formosíssima Maria. Maria é filha do nosso rei D. Afonso IV e rainha de Castela por matrimónio com D. Afonso XI. Estando difíceis as lutas do seu marido contra os Mouros, Maria desloca-se a Portugal, ao Paço de Évora, rogando ao pai que envie as suas tropas e a ajude a defender a “sua gente” e o seu trono. Camões compara este gesto ao de Vénus solicitando a Júpiter o socorro para Eneias. Diz a lenda que o Rei Português tardou a dar a sua resposta positiva, e que só no caminho de regresso a Castela e acampada algures no campo alentejano junto a uma ribeira, Maria recebeu a boa nova. Para assinalar este local foi erguida uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Boa Nova e a ribeira passou a receber o nome de Lucefecit (fez-se luz). A lenda é o qu

O tempo e as pessoas

Depois de relativamente ao Orçamento de 2012, o Tribunal Constitucional já ter dado indicações precisas da inconstitucionalidade por falta de equidade e por desigualdade, no corte dos subsídios aos Funcionários Públicos e Pensionistas, o Governo preparou um documento para 2013 que insiste na mesma receita. O documento com esta elevada marca de inconstitucionalidade foi apresentado na Assembleia da República a 15 de Outubro de 2012 tendo sido aprovado a 27 de Novembro de 2012, uma aprovação política sustentada pelos partidos que apoiam o Governo. 43 dias para que os Senhores Deputados, reconhecidos seres assoberbados de trabalho, aprovem a lei mais importante para o país. Muito mais importante no actual contexto. O Presidente da República anuncia a 1 de Janeiro de 2013, data em que precisamente a lei do Orçamento entra em vigor, que tendo dúvidas sobre a constitucionalidade de algumas matérias, encaminhará o documento para apreciação do Tribunal Constitucional. Ontem, dia 5 de A

Esplendor na Relva

A chuva cai de uma forma tão intensa, que está momentaneamente submerso o alcatrão no meu percurso entre o Marquês de Pombal e o Estádio da Luz, mais um episódio desta estranha primavera, na tarde de um dia de jogo do meu Benfica. Acompanha-me o som das notícias e tenho inclusive de aumentar o volume, tal o ruído da chuva na “chapa” do veículo. A Antena 1 transmite as palavras de Miguel Relvas na hora da demissão justificada “apenas” pela falta de ânimo, no momento em que se disponibiliza para que a história lhe aplique um correcto julgamento. Lisboa mete água e… Relvas também. A história reserva-lha esse exclusivo e vergonhoso lugar de um ministro que viu a sua “licenciatura” anulada pela evidência recebida na gaveta do seu colega de Conselho de Ministros que gere a Educação.  Reconheça-se no entanto que depois de quase dois anos de ruído e milhares de cartazes “Vai estudar ó Relvas”, o facto de só agora o ânimo se ter esfumado, comprova claramente que o homem tinha uma fant