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A mostrar mensagens de julho, 2010

A memória dos heróis

Com o objectivo de acompanhar uma colega no momento do funeral de um seu familiar, desloquei-me hoje ao cemitério do Alto de S. João, em Lisboa. Mais propriamente ao talhão dos combatentes, um espaço próprio onde repousam os restos mortais daqueles que em alturas diferentes da nossa história, combateram pelos ideais da pátria lusitana. Fiquei chocado com o estado de degradação e de total abandono deste espaço, numa dimensão que não tenho dúvidas em classificar como sendo de manifesta falta de respeito. Há ervas daninhas por todo o lado, as placas metálicas enferrujadas, lixo acumulado, terra arrastada pelas chuvas e acumulada em todo o espaço, etc. Não interessa se as guerras que os tornaram heróis foram mais ou menos aceitáveis e compreendidas, o que importa é que no seu tempo, estes homens levaram ao limite o seu amor à pátria Portugal. Não interessa se estas pessoas têm ou não têm família. É ao estado que compete tratar dos seus heróis. O estado que é generoso a oferecer subsídios d

Ilha do Pico

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No mar, a terra se fez ao alto, P’ra dizer a toda a gente, Por um Pico, rei de basalto: “Está aqui Portugal presente”. Francisco Caeiro Horta / Faial, 13 de Julho de 2010

Para sempre, ROSA!

Todos nós crescemos beneficiando da inspiração de “ídolos” que podem ser oriundos da área do desporto, da música, do cinema, etc. No campo muitas vezes apenas dos sonhos, são as pessoas que nos dão asas. A única pessoa de quem eu posso dizer verdadeiramente que sou fã, é sem dúvida a Rosa Mota. Num tempo em que Portugal apenas competia para estar presente, foi a pessoa que ensinou à minha geração, que é possível estar presente e ser o melhor, vencer. Jamais esquecerei as tardes e as madrugadas em que acompanhei esta mulher franzina e cheia de garra, a deixar adversárias para trás e a galgar quilómetros só para ter o prazer de ver subir no lugar mais alto do pódio, a bandeira de Portugal. Recordo-me de uma maratona em 1987 em Roma, nos campeonatos do mundo, em que a Rosa deu uma volta solitária pela Cidade Eterna e após cortar a meta, cansou-se de esperar pela adversária que chegou para a prata. E aquela madrugada em Seul em que a Rosa fez quilómetros e quilómetros com uma alemã e uma a

A Casa dos Marcos RARÍSSIMOS

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Por razões de ordem profissional, há já algum tempo que conheci e tenho vindo a interagir com a associação de doentes “Raríssimas”. Nesta associação confluem pessoas que carregam consigo as chamadas “Doenças Raras”, assim designadas por atingirem um número muito reduzido de pessoas em todo o mundo. São muitas e diversas estas doenças. O coração que bombeia vida nesta associação é a Dra. Paula Brito e Costa, mãe de uma criança com uma doença rara, o Marco, que tendo partido há já algum tempo deixou vivo na mãe o seu maior sonho: a construção de uma escola onde ele pudesse viver com os outros meninos raros como ele. No passado dia 1 de Julho tive o privilégio de estar presente na Moita, na cerimónia de lançamento da primeira pedra deste sonho, designado legitimamente “A Casa dos Marcos”, um edifício que dentro de algum tempo albergará o sonho de mais de 100 Marcos raros, num projecto que confirma que quando confluem as vontades de público e privados, o mundo avança mesmo. No rebuliço med