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A mostrar mensagens de dezembro, 2010

2010

Descascadas e saboreadas todas as laranjas da colheita de 2010, partilho convosco, aquelas que a memória guardou: LARANJA DOCE – O Resgate dos Mineiros Chilenos Para mim, um momento maior. Perante o infortúnio, a humanidade reuniu talento e meios para fazer o que de mais nobre sempre lhe cumprirá fazer: dar ou acrescentar vida. LARANJA AMARGA – Crise Financeira A dívida externa, o desemprego, o caos dos mercados, ou pura e simplesmente, a queda das máscaras de quem sempre nos (des)governou na base da ilusão. E seremos sempre os mesmos a pagar por estes PECados, a provar o amargo. Um protagonista: José Sócrates. Porque o seu a seu dono. LARANJA SUMARENTA – Manuel de Oliveira 102 Anos a jorrar o sumo da criatividade e do talento, com uma lucidez que a todos faz espantar. LARANJA MECÂNICA – José Mourinho Excelência na gestão dos Recursos Humanos, índices de motivação elevadíssimos, rigor técnico e táctico, como segredo para as vitórias em todas as provas em que participou com o Inter de M

D. Catarina

É a mãe do meu melhor amigo e conheço-a desde sempre. Vivia numa casa muito central na Praça da República, em Vila Viçosa, uma casa em que a porta só se fechava à hora de ir deitar. Empurrávamos a porta, chamávamos e entrávamos directamente para a cozinha que era o local onde quase sempre a encontrávamos a fazer as melhores empadas e os melhores bolos secos (as broas alentejanas) que já comi e que, estou certo, nunca mais comerei igualmente boas. Vendia-as para fora e não chegavam para as encomendas, ou então vendia-as no café do marido, o Sr. Julião, que ficava mesmo ao virar da esquina. Esta casa de porta aberta era no entanto, e sobretudo, um entreposto de afectos onde ninguém passava sem resistir à tentação de entrar. Era um dos meus locais preferidos para brincar. Na casa havia um sótão onde sobejava espaço para dar asas à criatividade infantil, terreno ideal para todas as brincadeiras. E a meio da tarde havia o sempre momento especial do lanche. Comíamos os bolos, as torradas fan

É Natal!

Hoje é Natal. Hoje é Natal e eu sei que voltarei sempre aqui para celebrar a vida, na festa da consoada com os que são e fazem a minha vida, os presentes, os ausentes e aqueles que tendo partido, o meu amor tornará eternos na minha memória. Hoje é Natal e jamais deixarei de vir aqui aquecer-me na fogueira desta esperança renovada de um ano que se entrega a outro feito de expectativas e sonhos. Hoje é Natal e preciso deste encontro comigo para que no presépio dos meus dias possa emergir a estrela que por cima das minhas riquezas e misérias, por cima da minha verdade, do nada me faça ver um caminho, o caminho. Hoje é Natal. É vida. É dor feita alegria, tormenta tornada bonança, esperança arrancada ao desespero, é justiça, paz e tudo o que vale a pena. Hoje é Natal e eu acredito que em mim como em Belém, nasceu e nascerá sempre Jesus.

Vinte anos

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Chegaram hoje ao meu e-mail como presente de Natal e são as fotos de um jantar de curso realizado em Junho deste ano e destinado a celebrar os vinte anos da licenciatura em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Por iniciativa de dois colegas que estão actualmente ligados à Faculdade como professores e através da montagem de uma rede de contactos via Internet, conseguimos juntar cerca de 70% dos colegas. E foi emocionante. Eu nunca mais tinha voltado á Faculdade e foi feliz a ideia de marcar este reencontro para o espaço onde nos tínhamos conhecido e onde durante cinco anos partilhámos uma infinidade de emoções. Voltámos aos nossos lugares no velho anfiteatro e ainda conseguimos estabelecer a planta com os locais onde preferencialmente nos sentávamos. E quanto mundo se nos abriu daqueles lugares. Mas foi sobretudo muito bom rever as pessoas, os amigos que não via há vinte anos e que, confesso que em alguns casos, se os encontrasse noutro contexto, di

Geração “nem, nem…”

Um estudo publicado esta semana refere ser já superior a 300 mil, o número de jovens que em Portugal NEM estuda, NEM trabalha, o que levou já à sua designação como “Geração nem, nem”. São números deveras preocupantes e com a agravante de terem aumentado muito num passado mais recente. Vai assim muito composto o pelotão dos jovens que relativamente ao futuro, a única atitude que lhes apraz ter é encolher os ombros. Sabemos que desta inércia até à marginalidade e ao recurso a meios ilícitos de financiamento, é um passo muito curto e, talvez não seja por acaso, olharmos para o lado e vermos como a criminalidade aumenta por todo o país, não poupando já qualquer região. E já não adianta tentar tapar o sol com a peneira, atribuindo as responsabilidades deste aumento da criminalidade aos imigrantes que chegaram ao nosso país, este é um problema mais profundo e com raízes na nossa própria sociedade. E quando tento perceber como é possível que um tão grande número de gente se disponha a este es

Compras, livros e dias felizes.

O Natal, por mais crise que se sinta, é também, inevitavelmente tempo de compras, e para mim, é o momento de cumprir este exercício fantástico que é descobrir aquilo que dentro das minhas posses, consiga expressar a quem gosto, todos os meus melhores e maiores sentimentos. Com efeito surpresa, um cocktail de “pensei em ti”, “gosto muito de ti” e “não te dispenso no novo ano que vai entrar”. O sítio onde mais gosto de fazer estas pesquisas, confesso-vos, é nas livrarias, pelas melhores razões do mundo e mais uma, o vício que me ficou da infância e juventude. Passo a explicar. Quis um dos acasos mais felizes da minha vida que a minha tia avó Maria Teodora, uma das heroínas da minha história, fosse empregada de limpeza na única livraria que existia em Vila Viçosa e me tivesse levado muitas vezes com ela para o trabalho, o que fez com que eu tivesse desenvolvido uma relação de profunda amizade com a proprietária da Livraria Escolar, a D. Joana Ruivo, outra das grandes heroínas da minha his

O dia de Nossa Senhora

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8 de Dezembro, com independência do ano, é e será sempre o dia maior de Vila Viçosa. Será sempre designado, conhecido e vivido por todos os calipolenses como “O dia de Nossa Senhora”. Foi no Século XIV que o agora São Nuno de Santa Maria, então o guerreiro e patriota exemplar D. Nuno Álvares Pereira, fundou a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Castelo de Vila Viçosa. Mais tarde, em 1646, um dos meus conterrâneos mais ilustres, D. João IV, coroado rei de Portugal seis anos antes, entregou a coroa que era símbolo da sua realeza, à Senhora da Conceição, fazendo com que mais nenhum monarca português a usasse na cabeça, e nomeando Nossa Senhora rainha e padroeira de Portugal. A história mais uma vez e sempre a ser a raiz deste orgulho de ser Calipolense, tendo o privilégio único de sermos da terra da Padroeira de Portugal. Quiseram as circunstâncias da vida que hoje, ao contrário do que acontece na maioria de todos os anos, eu passasse este dia longe de Vila Viçosa, alimentando-o das

Contra-Informação

Ao fim de mais de uma década de presença nas nossas vidas, a RTP resolveu suspender o programa “Contra-Informação”. Ao longo dos anos sempre me assumi como um entusiasta deste programa, apreciando, para além obviamente da componente caricatural dos bonecos, o facto de quase ao mesmo tempo da notícia, os seus autores conseguirem brincar, ter uma visão humorística de bom gosto, relativamente a todos os acontecimentos, positivos ou negativos, que se iam sucedendo em Portugal ou no mundo. Por isso vou ter saudades e por isso tenho dificuldade em entender esta decisão, numa altura em que necessitamos todos de uma injecção de boa disposição, numa fase em que ansiamos todos pelo exorcizar de tantas desgraças com que diariamente nos deparamos. Bem sei que não devia estranhar pois já sei que estes são tempos de informação a favor, tempos em que os políticos reagem muito mal à informação quando ela é do contra, e nem que seja apenas e só para divertir. E pronto, lá voltaremos nós aquela velha e

União Ibérica?

370 anos e um dia depois do 1º de Dezembro mais famoso da nossa história, a FIFA, o organismo que rege o futebol a nível mundial, votou contra a união ibérica, feita na perspectiva de trazer para a “jangada de pedra”, o campeonato das nações, a prova maior do futebol mundial. Quão conjurados, os senhores da FIFA atiraram pela janela os sonhos dos Vasconcelos do século XXI, que hoje têm nomes como Madaíl ou Sócrates, escolhendo a longínqua Rússia onde hoje proliferam milhões e milionários sempre empenhados em “investir” nesta arte do pontapé na bola. Apesar de não me ser indiferente a perspectiva de uma meia-final de um campeonato do mundo na minha “catedral”, manda o bom senso que me congratule com esta decisão, considerando até ser ultrajante, esta intenção demonstrada pelo estado, de investir milhões numa prova futebolística, quando tantos milhões faltam para equilibrar as nossas contas e quando a milhões de portugueses são pedidos sacrifícios com real impacto na sua qualidade de vid