TESTAMENTO DE UM ANO COMUM
Ainda
que o tempo novo seja benefício de um qualquer, bem concretizado impulso
edificante do coração, muito mais do que um sortilégio do calendário, assumamos
a contagem, e avancemos, então, muito felizes, para o ano da graça de 2024.
Imunes
à noite, pelo tanto de sol que nos cumpre a vontade, deixemos brilhar, com fé,
e sem falsos pudores, a maior beleza do mundo, que é afinal, o imenso sorriso
de Deus.
Que
os nossos dias sejam pão de poesia na verdade de beijos transparentes e sem
equívocos, rasgando as sombras para seguirmos o próprio caminho, com aquela
tranquilidade que não nos sonega o perfume suave das rosas.
Indefectíveis
da liberdade, soltemos sem cedências, o verbo e o gesto que nos dizem a alma, e
assumindo a paz como causa própria, concretizemos abraços e pontes à escala do
microcosmos por onde navegamos, e de onde somos.
Ofereçamos
à diferença, a inclusão no privilégio de vidas inteiras, sem a sobranceria de
quem apenas tolera cores alheias, e, sempre, na coerência de oferecer dimensão
privada, a todas as mais lustrosas e visíveis virtudes.
Sem
pressa e sem que nos deixemos envelhecer, que para tal acumulámos a luz das
manhãs e o tanto saber, e oferecendo vida, com infinito orgulho, a quem nos
inventou e fez grandes, e já repousa no infinito daquilo que parece apenas
adormecer.
Feliz
2024 para todas e todos, satisfeitos com a perspetiva bissexta de um dia mais
para viver, e cientes, em cada mais pequena manhá, de que, bago a bago, se desperdiça
o fulgor e o gosto docemente rubro da romã.
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