O estado do Estado Social

Motivados pela proposta de revisão constitucional do Partido Social Democrata, em minha opinião inoportuna porque muito longe das prioridades do país no momento presente, temos assistido às mais variadas intervenções de profissionais da política, na defesa do Estado Social em geral, e do Serviço Nacional de Saúde em particular.
Defendem que o estado é que deve garantir os cuidados básicos de saúde à generalidade da população.
Estou totalmente de acordo com esta posição, não podendo porém rejeitar a ideia de haver pessoas que pretendam, tendo meios para isso, socorrer-se de sistemas privados que assegurem esses mesmos cuidados.
Aliás mais do que concordar, exijo que o estado cuide de forma eficaz da saúde da generalidade dos cidadãos, assentando esta exigência na legitimidade de quem paga os seus impostos, de quem colabora com uma elevada percentagem do seu salário, para a manutenção e melhoria do Estado Social.
É pois com perplexidade que mais uma vez assisto à manifestação da mais pura hipocrisia que caracteriza os nossos políticos, assistindo a uma revolução no sistema de comparticipação de medicamentos, a qual obriga a que os mais desfavorecidos ou os portadores de doenças crónicas graves, tenham de suportar uma elevada percentagem dos seus tratamentos.
Afinal, os defensores do estado social são os seus assassinos.
Sem escrúpulos, para tapar a incompetência e todos os erros de má gestão, escolhe-se mais uma vez a via mais fácil, e que é solicitar ao cidadão que abra ainda mais os cordões de uma bolsa que já está vazia.
As regras assumidas no inicio do ano aquando da feitura do orçamento, são assim alteradas a meio do jogo, por incompetência dos jogadores.
Se me permitem a comparação seria o mesmo que parar um jogo de futebol 15 minutos antes do seu final para por exemplo montar balizas mais largas e permitir aos avançados que marquem golos.
No meio de tudo isto, só me assiste uma questão: até onde poderá chegar a falta de vergonha?

Comentários

  1. Mas ainda há vergonha em Portugal, nomeadamente entre aqueles que nos (des)governam?

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